Copa América foi adiada em um ano por causa da Covid-19 Divulgação

Por ESTADÃO CONTEÚDO
Após a decisão de Mastercard de não ativar suas marcas na Copa América, torneio no qual é patrocinadora, outras empresas estão tomando o mesmo caminho. Nesta quarta-feira (9), a Ambev anunciou sua decisão.
"Ambev informa que suas marcas não estarão presentes na Copa América. A companhia segue com seu compromisso e apoio ao futebol brasileiro", disse.
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O afastamento de importantes patrocinadores ocorre em um momento turbulento da principal competição de seleções na América do Sul. Segundo Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports & Marketing, a postura da Mastercard, e agora da Ambev, é inédita. "Achei um posicionamento extremamente estratégico, nunca tinha visto uma situação como esta. A sacada da Mastercard faz com que outras sigam esse caminho. Não me surpreenderei se isso ocorrer", comenta.
A Copa América deveria ter sido disputada em 2020, mas, por causa da pandemia de covid-19, foi adiada. A realização conjunta entre Colômbia e Argentina rompeu quando o primeiro, por problemas sociais no país, abriu mão de receber as partidas. Depois, a Argentina também optou por pular fora, por causa da dificuldade em lidar com o coronavírus.
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A partir daí, o Brasil sinalizou que poderia receber, mas em um momento que a pandemia registra números altíssimos. "O evento vem demonstrando uma insegurança há um certo tempo e o cenário não é favorável à imagem. Quando a gente pensa em evento esportivo, imagina algo alegre, que vai unir os povos, que terá interação. Mas as polêmicas provocam desgastes e o resultado disso é o posicionamento da Mastercard. Ela (a empresa) continua achando a Copa América um baita evento, mas preferiu não se associar neste momento", explica Wolff.
O especialista em marketing lembra que as marcas estão se posicionando cada vez mais, seja de forma natural ou por pressão dos consumidores. "Uma postura como a da Mastercard e agora da Ambev mostra que as empresas não estão muito à vontade com o que está acontecendo. Então elas se posicionam de forma estratégica, mas também existe um marketing por trás disso, pois as pessoas enxergam os valores da empresa."
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Procuradas pelo Estadão, outras empresas como Kwai, TCL, Betsson e Diageo, que patrocinam ou negociam para apoiar a Copa América, ainda não se manifestaram.
A Copa América tem início agendado para domingo. Em Brasília, no estádio Mané Garrincha, às 18h, a seleção brasileira enfrenta a Venezuela, pelo Grupo B. No mesmo dia, às 21h, Colômbia e Equador duelarão na Arena Pantanal, em Cuiabá. Os jogos também ocorrerão em Goiás e o no Rio de Janeiro. A final do torneio está marcada para 10 de julho, no Maracanã.