Jogadores da seleção masculina de goalball com o inédito ouroAlê Cabral/CPB

O Brasil encerrou sua participação na Paralimpíada de Tóquio 2020 com uma campanha histórica e boas perspectivas para o futuro. A começar pelo grande número de medalhistas jovens, que reforçam o ótimo potencial para os Jogos de Paris, daqui a apenas três anos, em 2024. Se o multicampeão Daniel Dias decidiu se aposentar das piscinas, outros nomes aparecem com força para ocupar o lugar do ídolo.
No atletismo e na natação muitos atletas se destacaram, como Petrúcio Ferreira, o velocista paralímpico mais rápido do mundo nas pistas. Aos 24 anos, ele novamente se destacou nos Jogos e é o homem a ser batido em Paris-2024. Um dos seus principais adversários na classe T47 (deficiência nos membros superiores) é o carioca Washington Júnior, da mesma idade e que vem tendo uma evolução incrível.
Outra grata surpresa da delegação brasileira foi Jardênia Félix, da classe T20 (deficiência intelectual). Com apenas 17 anos, ela ficou com o bronze nos 400m, quando atingiu sua melhor marca da carreira. "Agora vou tirar férias e descansar, para voltar com tudo de olho nos Jogos de Paris", disse.
Na piscina, Gabriel Araújo, da classe S2, fez muita festa e dancinhas ao levar dois ouros e uma prata. Aos 19 anos, ele tem um futuro promissor com possibilidade de fazer história no movimento paralímpico. "Consegui executar tudo o que eu tinha treinado", comentou o atleta, que em Paris deve ter a companhia de outros companheiros das piscinas como Wendell Belarmino (23 anos) e Gabriel Bandeira (21 anos).
No judô, Alana Maldonado parece seguir os ippons do veterano e campeão Antônio Tenório nos tatames. Aos 26 anos, ela conquistou a medalha de ouro, que somou com sua prata obtida nos Jogos do Rio. Em Paris, vai em busca do bicampeonato. "Sou outra atleta em relação aos Jogos do Rio. No Brasil, estava do lado dos meus amigos e da minha família. Agora, fui campeã na terra do judô", festejou.

Campanha
O Brasil encerrou sua participação na Paralimpíada com sua melhor campanha da história ao chegar a 22 ouros com a conquista da seleção de futebol de 5. Foi o quinto título paralímpico consecutivo do time. Na final, a equipe superou a Argentina por 1 a 0, gol de Nonato, e garantiu o penta.
O resultado superou o dos Jogos de Londres, quando o Brasil obteve 21 medalhas de ouro. E a campanha nacional só não foi melhor porque Thiago Paulino obteve a vitória no arremesso de peso da classe F57, mas uma decisão horas depois anulou dois arremessos e ele caiu para o terceiro lugar na prova. No pódio, o brasileiro protestou e mostrou toda sua indignação. O Comitê Paralímpico Brasileiro reclamou do resultado e lembrou que em nenhum momento foram apresentadas provas de irregularidade do atleta.