Rogério CabocloMauro Pimentel/AFP
CBF recebe terceira denúncia de assédio sexual contra Rogério Caboclo
Ex-funcionária diz que dirigente tentou comprar o silêncio dela com oferta de emprego. Dirigente nega as acusações
Rio - Nesta semana, a Comissão de Ética da CBF recebeu mais uma denúncia de assédio sexual contra o dirigente afastado da entidade, Rogério Caboclo, que nega as acusações. Desta vez, uma ex-funcionária que já tinha declarado ao Ministério Público ter sofrido assédio em um voo a trabalho para Madri, na Espanha. A informação é do portal "GE".
A ex-funcionária revela que, em duas ocasiões, foi obrigada a reservar quartos de hotel para "moças", que não eram a esposa do presidente afastado. Na ocasião, teria acontecido a disputa da Copa América de 2019, em São Paulo. Além disso, funcionária teve que buscar a visitante na recepção, que não estava autorizada a entrar e tampouco tinha o cartão para liberar o funcionamento do elevador.
De acordo com a funcionária, na mesma noite, ela recebeu uma mensagem na secretária eletrônica de seu quarto no hotel. No recado, Caboclo dizia algo incompreensível e com acompanhante interagindo com ele de maneira íntima.
Além disso, ela relata que, durante a viagem para a Suíça, onde fica a sede da Fifa, Caboclo a chamava com frequência para reuniões no quarto dele. Esses encontros acabavam se tornando em "sessões de terapia" em que o dirigente comentava sobre a própria vida.
Em uma dessas reuniões, Caboclo pedia para ela tirar as pulseiras porque ele queria usá-las. Além disso, relata que considerou o pedido uma tentativa de estabelecer uma intimidade que não existia. Por isso, saía do quarto às pressas.
A terceira mulher que denunciou Rogério Caboclo à CBF, deixou a entidade em dezembro de 2019, após o dirigente negar a possibilidade dela se transferir para outra área da confederação. Na ocasião, o presidente afastado afirmava que ela trabalhava para ele, e não para a instituição.
Nota enviada pela defesa de Rogério Caboclo ao portal "GE".
"O presidente da CBF, Rogério Caboclo, não cometeu crime de assédio contra nenhuma funcionária da entidade. E nem mesmo a denunciante narra conduta que configura assédio. Infelizmente, Marco Polo Del Nero e seus comparsas armaram um golpe sem precedentes para retomar o controle do futebol brasileiro.
Esse grupo, que articula na instância administrativa para manter Rogério Caboclo afastado, não aceita o fim dos privilégios e esquemas que perduravam há muito tempo na CBF. O Conselho de Ética, que funciona como um verdadeiro tribunal de exceção, tem atuado com clara parcialidade ao longo do processo de afastamento e todas as decisões tomadas foram ilegais ou nulas, como ficará provado".
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