O dia foi de muita emoção para os torcedores do Atlético-MG, que finalmente soltaram o grito de campeão brasileiro após 50 anos. Assim como Chico Pinheiro fez na Globo, os jornalistas Mauro Marra e Mariana Spinelli deixaram extravasar toda a emoção e amor pelo Galo durante o 'SportsCenter', da ESPN, nesta sexta-feira.
Mauro Marra começou falando sobre os anos de dificuldades financeiras do Atlético que davam a impressão, na opinião dele, de que o time não voltaria a disputar entre os grandes. E relembrou que o Galo não era o grande favorito ao título deste ano.
"O Atlético se apresentava como candidato, com dois favoritos: a gente falava do Inter, São Paulo, até do Grêmio, mas o cenário do futebol brasileiro era de Palmeiras e Flamengo. E a gente se candidata e (finalmente) chega o dia... A ideia de campeonato brasileiro foi iniciada em 71. E a gente ficava: "Poxa, foi o primeiro e não vai ganhar nunca mais"", disse, com a voz embargada.
Depois, Marra deixou a emoção falar mais alto e precisou interromper o raciocínio por breves momentos, chegando até a pedir desculpas. No fim, relembrou que apesar de atleticano, seu trabalho e suas opiniões não são ditados pelo coração.
"O grito de campeão está solto. O torcedor do Atlético ontem perdeu a voz. De gritar: "É campeão". Só que o mais legal é gritar "Galo". Porque "Galo" é um grito aberto, sai do coração. "Campeão" é legal, mas está na boca de todo mundo. Outro vai cantar no próximo ano. Já o grito de "Galo" pertence ao atleticano", disse Marra, que lembrou do jornalista atleticano Hércules Santos, que morreu recentemente.
"Lembrança dele é imediata, e também da minha mãe e dos meus tios... De tanta gente que... queria ter visto isso... desculpa... (...) Queria deixar bem claro pra quem me conhece que minhas opiniões não passam pelo meu coração", concluiu.
A emoção também ficou por parte do discurso de Mariana Spinelli, que deixou o amor pelo Galo extravasar no programa. A jornalista se emocionou ao falar da família.
"Passa muito de você olhar para o seu pai, de ver minha mãe emocionada, meu pai, meu avô ligado no radinho. Eu acho que é mais bonito ainda você olhar pro seu pai chorando igual criança por causa de futebol... Isso é a mensagem do futebol, de ser felicidade, família, respeito, porque a gente trabalha aqui mas a vente vira jornalista esportivo porque a gente ama um time, o esporte, o futebol. Futebol pra mim é Praça 7 (local de comemoração de títulos), Mineirão, é meu pai, meu irmão, meu vô, meu tio que faleceu... poxa vida, queria tanto que ele estivesse vivendo isso. É isso, uma história de vida, isso que representa", afirmou Mariana.
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