Daniel Alves está em prisão preventiva sem direito a fiançaDivulgação/Pumas

Espanha - A advogada Ester García López, que representa a mulher que acusa o jogador Daniel Alves de agressão sexual, entrou com uma contestação nesta quinta-feira (9) contra o recurso apresentado pela defesa do brasileiro, que solicita que ele deixe a prisão. O lateral está preso em Barcelona desde o dia 20 de janeiro.
No documento, a advogada argumenta que Daniel Alves deve continuar preso até o julgamento. Os argumentos são parecidos com os que foram enviados pelo Ministério Público, que também participa da acusação, na última segunda-feira.
"Entendemos que, além dos numerosos indícios de criminalidade, o risco de fuga continua, sendo necessária a medida cautelar imposta para garantir sua presença durante todo o procedimento, até que haja uma solução final", afirmou a advogada ao "UOL".
No recurso que pede a liberdade de Daniel, a defesa tentou convencer a Justiça de que seu cliente não pretende deixar a Espanha. O lateral se dispôs a usar pulseira eletrônica, entregar seu passaporte e se manter a 500 metros de distância da denunciante, além de comparecer diariamente em uma delegacia ou juizado. No entanto, tanto o MP quanto a advogada da vítima acreditam que as medidas não impedirão uma possível fuga do jogador.
CASO DANIEL ALVES

A juíza Maria Concepción Canton Martín decretou a prisão de Daniel Alves no dia 20 de janeiro. Ele foi detido ao prestar depoimento sobre o caso de agressão sexual contra uma mulher na madrugada do dia 30 de dezembro. O Ministério Público pediu a prisão preventiva do atleta de 39 anos, sem direito à fiança, e a titular do Juizado de Instrução 15 de Barcelona acatou o pedido, ordenando a detenção.

A acusação se refere a um episódio que teria ocorrido na casa noturna Sutton, em Barcelona, na Espanha. O atleta, que defendeu a seleção brasileira na Copa do Mundo do Catar, teria trancado, agredido e estuprado a denunciante em um banheiro da área VIP da casa noturna, segundo o jornal El Periódico. Ela procurou as amigas e os seguranças da balada depois do ocorrido.

A equipe de segurança da casa noturna acionou a polícia catalã (Mossos d’Esquadra), que colheu depoimento da vítima. Uma câmera usada na farda de um policial gravou acidentalmente a primeira versão da vítima sobre o caso, corroborando o que foi dito por ela no depoimento oficial. A mulher também passou por exame médico em um hospital. Daniel Alves foi embora do local antes da chegada dos policiais.

Segundo a imprensa espanhola, a contradição no depoimento do lateral-direito foi determinante para o Ministério Público do país pedir a prisão e a juíza aceitar. No início de janeiro, o jogador deu entrevista ao programa "Y Ahora Sonsoles", da Antena 3, em que confirmou que esteve na mesma boate que a mulher que o acusa, mas negou ter tocado na denunciante sem a anuência dela e disse que nem a conhecia.

No depoimento, porém, de acordo com os meios de comunicação da Espanha, o atleta afirmou que esteve com a mulher, mas sem ato sexual. Posteriormente, admitiu o ato sexual, mas alegou que a relação foi consentida. Segundo a rádio Cadena SER, imagens da vigilância interna do local confirmam que Daniel Alves ficou 15 minutos com a mulher no banheiro. Material coletado encontrou vestígios de sêmen tanto internamente quanto no vestido da denunciante.

O Pumas, do México, anunciou que o contrato de trabalho de Daniel Alves com o clube foi rompido por justa causa.