Ednaldo Rodrigues foi presidente da CBF nos últimos dois anosLeandro Lopes/CBF
Ednaldo Rodrigues decide não disputar presidência da CBF em 2024
Dirigente deixou a presidência da entidade por determinação judicial no dia 7 de dezembro
Rio - Ednaldo Rodrigues não vai disputar a próxima eleição presidencial da CBF. Após ser retirado da cadeira por determinação do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, no dia 7 de dezembro, o ex-presidente da entidade máxima do futebol brasileiro decidiu não entrar na disputa do pleito em janeiro de 2024.
Em entrevista à revista "Veja", Ednaldo Rodrigues falou pela primeira vez após deixar a presidência da CBF no último dia 7 de dezembro. O ex-mandatário da entidade fez uma avaliação do seu mandato, reconheceu que faltou mais diálogo e revelou que conversou com a família antes de tomar a decisão sobre o pleito.
"Tenho conversado muito com minha família e assumi um compromisso: meu tempo de disputas eleitorais acabou (...) Reconheço que faltou mais diálogo e abertura com setores importantes do futebol e da sociedade brasileira", disse Ednaldo Rodrigues.
Ednaldo Rodrigues foi presidente da Federação Baiana de Futebol por duas décadas e foi um dos vices de Rogério Caboclo entre 2019 e 2021. Ele assumiu a presidência da CBF em agosto de 2021, aproveitando um vácuo de poder após o afastamento de Caboclo por acusações de assédio sexual e moral.
Com a mudança do estatuto da CBF em 2017, Ednaldo Rodrigues precisaria de apoio da maioria dos vices das federações para conseguir ser eleito presidente da entidade. Entretanto, o dirigente tinha o apoio da minoria. Além disso, ele gerou desconfiança após ser acusado por não cumprir acordos.
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) destituiu Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF em julgamento realizado no último dia 7 de dezembro. A 21ª Câmara de Direito Privado considerou que o Ministério Público do Rio (MP-RJ) não tinha legitimidade para agir em assuntos ligados à confederação, considerando que se trata de uma entidade privada.
O julgamento tratou da legalidade de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado pela CBF e pelo Ministério Público do Rio em março do ano passado. Na época, o TAC permitiu que a Assembleia Geral da CBF elegesse Ednaldo Rodrigues para comandar a entidade. O acordo foi firmado porque o MP-RJ considerava ilegais as regras que regiam a eleição na CBF.
Em 2017, uma mudança no estatuto estabeleceu pesos diferentes para os votos praticados por federações e clubes das Séries A e B. Na prática, bastava as federações votarem em conjunto para definir o presidente. O TJ-RJ determinou que o presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), José Perdiz, assuma a presidência da CBF como interventor até a próxima eleição.
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