Daniel Alves AFP

Espanha - Ainda preso por não ter reunido condições de pagar a fiança, o lateral-direito Daniel Alves, de 40 anos, corre risco de nem deixar o Centro Penitenciário Brians 2, em Barcelona. Na última sexta-feira, o Ministério Público da cidade espanhola recorreu da decisão da Justiça que possibilita que o brasileiro fique em liberdade provisória mediante ao pagamento de uma fiança de 1 milhão de euros (algo em torno de R$ 5,4 milhões).
O entendimento do MP de Barcelona é de que existe o risco de fuga e reforçou que Daniel Alves foi condenado a uma pena de prisão de quatro anos e seis meses. Na decisão que admitiu a possibilidade de fiança para o brasileiro, os juízes entenderam que não há mais risco da saída do lateral da Espanha ou de repetição do crime. Por outro lado, os passaportes dele devem ser recolhidos.
Daniel Alves continua no Centro Penitenciário Brians 2, em Barcelona, onde cumpre prisão preventiva há 14 meses. De acordo com informações do jornal espanhol "La Vanguardia", a defesa de Daniel Alves busca um empréstimo bancário para tirá-lo da cadeia. Um banco não revelado teria se comprometido com a equipe, enquanto outros se negaram por questão de reputação. Caso o pagamento for feito no restante desta sexta ou até às 14h no horário local (10h de Brasília) da próxima segunda, a Justiça espanhola emitirá uma ordem, e o brasileiro poderá deixar a prisão no próximo dia 25.
Entenda o caso
Condenado em fevereiro por estupro contra uma mulher de 23 anos, Daniel Alves teve o pedido de liberdade provisória concedido pela Justiça espanhola na última quarta-feira. O Tribunal de Barcelona decretou a fiança de 1 milhão de euros (R$ 5,4 milhões) para o brasileiro. O jogador também não poderá sair da Espanha e vai entregar os passaportes em seu nome (brasileiro e espanhol) à Justiça local, além de comparecer semanalmente no Tribunal. Ainda cabe recurso contra a decisão. Ele alega inocência e recorre da sentença pelo crime de agressão sexual.
Em paralelo, o Superior Tribunal da Justiça da Catalunha (STJC) avalia dois recursos no processo que condenou Daniel Alves. Um do Ministério Público, que pede uma punição maior, de nove anos de prisão. Novamente, o argumento é de que há risco de fuga do jogador, mesmo depois de cumprido o tempo de prisão. Após o período em cárcere, Daniel Alves também tem mais cinco anos de liberdade vigiada e quase dez anos de manutenção de distância da vítima. A defesa espera absolvê-lo no STJC. Caso isso não aconteça, ainda há como recorrer no Tribunal Supremo de Madri, órgão máximo da Justiça espanhola. O mesmo rito processual vale para a acusação do Ministério Público.

O Tribunal de Barcelona, na Espanha, havia condenado Daniel Alves a quatro anos e seis meses de prisão pelo estupro de uma mulher de 23 anos em uma boate da cidade, além de cinco anos de liberdade vigiada após o cumprimento da pena, sendo proibido de se comunicar ou se aproximar da vítima. O crime ocorreu em dezembro de 2022, dias após a participação do jogador na Copa do Mundo do Catar com a seleção brasileira.