Ignacio Ruglio é o presidente do PeñarolDivulgação/X @OficialCAP
Presidente do Peñarol reforça falsa narrativa e pede liberação de torcedores presos
Ao todo, 21 uruguaios seguem detidos por conta dos delitos cometidos no Recreio
Rio - Após a eliminação na semifinal da Libertadores, o presidente Ignácio Ruglio, do Peñarol, voltou a pedir pela liberação dos 21 torcedores presos no Rio de Janeiro. Em suas redes sociais, o mandatário voltou a repetir a narrativa falsa de que os uruguaios foram detidos injustamente e cobrou medidas do governo.
"Já ganharam. Agora, devolvam para casa nossos meninos que só se defenderam e estão presos em outro país e longe de suas famílias. Isso precisa ser tema de Estado e de Governo. Soltem os torcedores do Peñarol já", escreveu o presidente do clube uruguaio.
Na véspera da partida contra o Botafogo, a principal organizada do Peñarol se manifestou pedindo pela liberação dos torcedores presos. Além disso, pediu para não atacarem os torcedores do Botafogo. Existia o entendimento que novas brigas poderiam complicar ainda mais a situação dos compatriotas.
O comunicado da organizada reforça a falsa narrativa que está sendo reforçada no Uruguai pela imprensa e pelo Peñarol, de que três organizadas e a polícia se juntaram, sem motivos, para agredir os uruguaios. Na verdade, o cenário de guerra começou após os torcedores do Peñarol saquearem comerciantes na praia do Recreio.
A Justiça do Rio de Janeiro converteu em preventiva a prisão em flagrante dos 21 torcedores uruguaios envolvidos na confusão generalizada no Recreio dos Bandeirantes. Somente um dos presos, Richard Andreas Soler Pereira, foi liberado. Os juízes que fizeram as audiências destacaram, em suas decisões, que a maioria dos detidos estavam armados com paus e foram presos em flagrante pela polícia.
Horas antes do jogo de ida da semifinal da Libertadores, contra o Botafogo, no dia 23, torcedores do Peñarol se envolveram em confusão na orla da praia do Pontal, no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste do Rio de Janeiro. Os vândalos assaltaram pedestres e comerciantes, além de quebrarem mesas e cadeiras de quiosques e incendiarem motos.
Momentos antes do início do tumulto, os agentes do Batalhão Especializado em Policiamento de Estádios (BEPE) que estavam na região foram chamados para atender a um caso de furto de celular dentro de um estabelecimento comercial. Após buscas, o aparelho foi localizado com um torcedor e a ocorrência encaminhada à delegacia.
Bombas de efeito moral foram lançadas pelos policiais para tentar contornar o conflito que começou pouco antes de 12h (de Brasília). Depois de quase uma hora e meia, o Batalhão de Choque chegou ao local junto de outras equipes do comando de policiamento especializado. A demora, inclusive, foi uma das reclamações de cidadãos presentes no entorno.
A partir de então, torcedores começaram a ser rendidos. Um deles passou muito mal e foi levado do sol para a sombra antes de ser atendido pelos bombeiros. Ao todo, mais de 250 pessoas foram detidas e uma pistola foi apreendida. Prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes disse nas redes sociais que "alertou que o local e o modelo iriam trazer esses problemas".
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