Episódio de violência deixou cinco feridos e 62 presosJeroen Jumelet / AFP
Grupos antifa e imigrantes norte-africanos saíram à caça de torcedores do Maccabi Tel Aviv em Amsterdã, antes e depois do jogo contra o Ajax. Homens com aparência judia eram obrigados a mostrar os documentos e eram agredidos ao ser constatado ser de Israel. pic.twitter.com/X4XgkqA6U7
— Ritmo de Torcida (@ritmodetorcida) November 8, 2024
Lideranças holandesas e israelenses denunciaram a violência e grupos judeus condenaram o ataque. O ministro das Relações Exteriores de Israel partiu em uma viagem diplomática urgente para a Holanda. Preocupações com a segurança têm cercado partidas envolvendo times israelenses em vários países no ano passado por causa das tensões globais ligadas às guerras no Oriente Médio.
Pelas redes sociais, a polícia de Amsterdã afirmou que iniciou uma grande investigação sobre vários incidentes de violência. A publicação não forneceu mais detalhes sobre os feridos ou detidos no ataque de quinta-feira à noite após a partida, que terminou com uma goleada do Ajax por 5 a 0.
Autoridades locais afirmaram também que colocarão mais policiais nas ruas para reforçar a segurança nos arredores de instituições judaicas em Amsterdã, cidade que conta com uma grande comunidade judaica - lá morou a judia Anne Frank e sua família enquanto se escondiam dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.
Após os ataques, a prefeitura, a polícia e o Ministério Público local emitiram comunicado no qual afirmavam que a capital holandesa teve uma noite "muito turbulenta com vários incidentes de violência direcionados aos torcedores do Maccabi" depois que manifestantes antissemitas "procuraram ativamente torcedores israelenses para atacá-los e agredi-los".
As autoridades não determinaram onde e quando começou o ataque violento aos torcedores israelenses. "Em vários lugares da cidade, torcedores foram atacados. A polícia teve que intervir várias vezes, proteger torcedores israelenses e escoltá-los para hotéis. Apesar da presença policial massiva na cidade, torcedores israelenses ficaram feridos", disse o comunicado.
"Esta explosão de violência contra torcedores israelenses é inaceitável e não pode ser defendida de forma alguma. Não há desculpa para o comportamento antissemita exibido ontem à noite", disseram as autoridades holandesas.
A violência irrompeu apesar da proibição de uma manifestação pró-Palestina perto do estádio de futebol. A determinação havia sido anunciada pela prefeita Femke Halsema, que temia conflitos entre manifestantes e torcedores do clube de futebol israelense.
Confrontos também aconteceram antes do duelo
Inicialmente, o governo de Israel ordenou que dois aviões fossem enviados à capital holandesa para trazer os torcedores de volta para casa. Mas o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu recuou e afirmou que trabalharia para "fornecer soluções de aviação civil para o retorno de nossos cidadãos".
Uma declaração do gabinete do primeiro-ministro apontava que "as imagens duras do ataque aos nossos cidadãos em Amsterdã não serão esquecidas" e que Netanyahu "vê o incidente horrível com a maior gravidade". Ele exigiu que o governo holandês tomasse "ações vigorosas e rápidas" contra os envolvidos.
O gabinete de Netanyahu acrescentou que ele havia pedido maior segurança para a comunidade judaica na Holanda. O primeiro-ministro holandês Dick Schoof, por sua vez, afirmou nas redes sociais que acompanhou os relatos da violência "com horror". "Ataques antissemitas completamente inaceitáveis contra israelenses. Estou em contato próximo com todos os envolvidos", declarou. Ele disse ter entrado em contato com Netanyahu para "enfatizar que os perpetradores serão rastreados e processados".
Problemas de segurança contra israelenses não são novidade
A violência em Amsterdã deve causar um alerta de segurança para dois jogos marcados para este mês, justamente pela Liga das Nações. A França vai enfrentar Israel no Stade de France, nos arredores de Paris, na próxima quinta-feira - na quarta-feira torcedores do Paris Saint-Germain exibiram uma faixa gigante na arquibancada do Parque dos Príncipes com a mensagem "Palestina Livre". A outra partida que inspira preocupação terá novamente Maccabi Tel Aviv em campo, pela Liga Europa, contra o Besiktas, em Istambul, no dia 28.
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