Caso não fosse desclassificado, Almir dos Santos conquistaria sua segunda medalha em MundiaisPedro Pardo / AFP

Depois de perder a medalha de bronze no Mundial Indoor de Atletismo, no salto triplo, na China, Almir dos Santos publicou um forte desabafo nas redes sociais nesta terça-feira (25). O brasileiro foi desclassificado pela organização por descumprir regras relacionadas ao calçado e ficou sem a premiação. 
"Voltar ao topo do mundo depois de tudo o que passei foi mais que uma vitória. Foi um renascimento. Mas quando esse momento me é arrancado, sem que eu pudesse me defender… Sobra um silêncio doloroso", escreveu o atleta.
"Estou tentando ser forte, mas a verdade é que estou destruído por dentro", disse. 

Almir saltou para 17,2 m em Nanjing, onde a competição foi disputada. O ouro ficou com o italiano Díaz Hernández (17,8 m) e, a prata, com o chinês Yaming Zhu (17,3 m). Hugues Fabrice Zango (17,1 m), de Burkina Faso, "herdou" o bronze.

Caso não fosse eliminado, o brasileiro conquistaria sua segunda medalha em Mundiais. A primeira foi em 2018, quando foi prata na Inglaterra. Além disso, levou o segundo lugar nos Jogos Pan-Americanos de 2023, também no salto triplo.

Motivo da desclassificação

Segundo a Confederação Brasileira de Atletismo, Almir dos Santos usou uma sapatilha que não estava na lista das aprovadas pela World Athletics. A organização informou que o calçado não pode ter solado acima de 20 mm e que comunica todos as fábricas de materiais esportivos para que orientem seus patrocinados. O do brasileiro, porém, passou do limite. 

Leia a carta na íntegra: 

"Estou tentando ser forte… Mas a verdade é que estou destruído por dentro. Essa carta é pra quem me acompanha. Pra quem acredita no esporte. Pra quem entende que por trás de uma medalha, existe uma história. Voltar ao topo do mundo depois de tudo o que passei foi mais que uma vitória. Foi um renascimento. Mas quando esse momento me é arrancado, sem que eu pudesse me defender… sobra um silêncio doloroso.

Não falo aqui de regras, de decisões ou de culpados. Falo de tudo o que essa medalha representava. Falo do peso de um legado, de uma carreira construída com luta, suor e fé. Escrevi essa carta aberta porque precisava dividir com vocês o que estou sentindo. Porque tem coisas que não dá pra guardar. E porque tem momentos que mudam tudo - pra sempre. Obrigado a todos que seguem do meu lado. Ainda não acabou."