Por fabio.klotz

Rio - A origem do samba possui duas vertentes. A primeira, e mais conhecida, defende que o ritmo nasceu no Rio de Janeiro. Já a segunda assegura que os baianos foram os pioneiros. Alheios à essa discussão, Bruno Cunha, Daniel Scisinio, Julio Estrela, Leo Russo e Tiago Souza, representantes da nova geração de sambistas cariocas e alvinegros até a alma, querem apenas ver o Botafogo colocar o Bahia para requebrar neste domingo, às 16h, no Maracanã e retomar a perseguição ao Cruzeiro, líder do Brasileirão.

É dia de colocar o Bahia na rodaAndré Mourão / Agência O Dia

“Como eles dizem que o samba veio da Bahia, quem vai sambar em campo vai ser o próprio Bahia. O Botafogo vai botar na roda”, brinca Julio Estrela, de 27 anos, cujo sobrenome não tem nada a ver com o símbolo do clube.

O cantor comanda as rodas de domingo no Bar Semente, tradicional reduto do samba na Lapa e local de surgimento do Grupo Semente. Percussionista e vocalista do conjunto, Bruno Cunha, 29 anos, sabe resumir como ninguém o espírito alvinegro.

“Ele tem essa malandragem de ser amigo. Não tem botafoguense vacilão”, garante o sambista, que lançará dois CDs em dezembro: ‘15 anos de Lapa’ com o grupo e ‘Origem’, de sua carreira solo.

Parceiros na torcida pelo Botafogo e no conjunto Unha de Gato, que está lançando o CD 'Vários Brasis', Daniel Scisinio, 30, e Tiago Souza, 32, foram influenciados pelos pais na escolha do time e mantiveram o amor pelo clube de General Severiano, ainda mais depois que perceberam que ele tinha algo diferente.

“Quem vem de fora sempre escolhe, primeiro, Flamengo e Mangueira para torcer. Então, ser botafoguense é ser diferente”, explica Daniel, citando a maior torcida do futebol carioca e das escolas de samba.

“É muito difícil o torcedor do Botafogo não ser apaixonado porque não é o time da moda. Em 1989 (ano do título Carioca após 21 anos de jejum), o Botafogo conseguiu juntar a nossa geração”, complementa Tiago, que não acredita num time abatido após a derrota por 3 a 0 para o Cruzeiro: “Não abalou em nada. A torcida abraçou o time e, aos poucos, vamos chegar. Na reta final, vamos dar a arrancada para o título. Vamos ganhar a Copa do Brasil e o Brasileiro. Temos Seedorf.”

Exibindo com orgulho o autógrafo de Beth Carvalho na camisa, Leo Russo, 24, sabe na ponta da língua o samba que não pode faltar na comemoração das vitórias.

“Tem que ter ‘Vou festejar’, samba que ficou imortalizado na voz da grande sambista alvinegra Beth Carvalho. Pedi para ela autografar minha camisa quando gravou comigo o meu primeiro CD”, conta Leo, cujo CD sai no próximo mês.

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