Por pedro.logato

Rio - O empate com o Cruzeiro na rodada passada surpreendeu muita gente por causa das situações opostas que atravessam os dois times fora de campo. Para o grupo do Botafogo, porém, a atuação aguerrida não passou de uma obrigação, apesar dos salários atrasados, que completam três meses nesta quinta. Por direito, os jogadores estão livres para deixar o clube e entrar na Justiça para receber o que é deles de direito. Os mais experientes, por enquanto, têm conseguido controlar a paciência dos jovens e uma debandada é improvável.

“Mesmo estando numa situação desconfortável que ninguém gosta, com seis meses de imagem e três de carteira atrasados, nenhum jogador no vestiário manifestou vontade de sair. Estamos concentrados nos treinos e jogos, mas a cobrança será a mesma sobre a diretoria porque temos nossos direitos. Queremos tirar o Botafogo desta situação e brigar mais em cima na tabela”, disse o lateral Edilson.

Mauricio Assumpção admitiu possível saída de jogadoresAndré Luiz Mello / Agência O Dia

A crise financeira está longe de ser amenizada, mas os comandados de Vagner Mancini sabem que não podem esmorecer nas partidas, porque a entrada na zona do rebaixamento pode tornar tudo ainda mais difícil.

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“Não tem faltado atitude. Essa palavra tem sido um lema. Esperamos agora vencer os jogos. Está na hora de ganharmos fora de casa e acho que temos condições”, afirmou o camisa 33, se referindo ao jogo contra o Atlético Paranaense, no domingo, na Arena da Baixada.

Reunião promete

Pensando justamente no adversário da próxima rodada, Mancini indicou que Airton retornará ao time depois de cumprir suspensão no lugar de Bolatti. Gabriel e Carlos Alberto completarão o meio-campo com Rogério e Sheik no ataque.

O clima nos bastidores do Botafogo que já é quente, pode ferver ainda mais no fim da tarde de quarta. Será realizada uma reunião extraordinária do Conselho Deliberativo para a discussão da ligação da empresa de familiares de Maurício Assumpção com o principal patrocinador do clube. Situação e oposição devem se afrontar na sede de General Severiano.

Ainda fora do Ato Trabalhista

O Botafogo bem que tentou, mas não conseguiu que a volta ao Ato Trabalhista — que liberaria parte de sua receita — entrasse na pauta da reunião de hoje do Tribunal Regional do Trabalho. O setor jurídico do clube tentará inserir o assunto nas discussões do próximo encontro, dia 21.

Excluído do programa de parcelamento das dívidas trabalhistas no fim de julho do ano passado, o Alvinegro foi acusado de ocultar as operações realizadas pela Companhia Botafogo a fim de repassar valores inferiores ao determinado pelo regulamento do ato.

Desde então, o clube viu suas receitas serem bloqueadas pouco a pouco, também pela Receita Federal, até chegarem a 100%.

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