Por pedro.logato

Rio - O que era ruim, ficou péssimo. Com medo de perder de graça duas de suas principais revelações, a diretoria do Botafogo pagou um mês em atraso a Dória e a Gabriel. O problema é que a notícia caiu como uma bomba no grupo, que não recebe os salários em carteira há três meses e os direitos de imagem, há seis.

Jogadores do Botafogo se irritaram com pagamento de apenas dois atletasDivulgação


Antes do treino, houve reunião, no centro do campo anexo do Engenhão, com o diretor-técnico, Wilson Gottardo, fato que tem se repetido quase diariamente, porém, em um espaço fechado, sem acesso à imprensa. O papo foi longo e, além do dirigente, atletas mais experientes falaram com o grupo, que também se decepcionou e ainda cobrou muito de Dória e Gabriel.

Gottardo mostrou algumas vezes o seu celular, como se tentasse provar o que dizia. Assim que a conversa terminou, a atividade foi retomada normalmente.

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Libertação do dinheiro

Jogadores revelados na base do clube e com mercado no futebol europeu, Dória e Gabriel tiveram os salários pagos por investidores que detêm parte dos seus direitos econômicos e temiam o fim do vínculo com o Alvinegro, o que os deixaria sob risco de perder dinheiro.

Com o atraso de três meses, os jogadores podem pedir na Justiça do Trabalho a rescisão de contrato, ficando livres para se transferirem. Na reunião, Gottardo tentou explicar que o clube tomou a decisão porque depende muito da venda no futuro de Dória e Gabriel. No entanto, muitos atletas consideraram o episódio grave e cobraram dos garotos, que nada teriam comentado sobre o pagamento.

Nesta sexta, é possível que o Botafogo libere R$ 2,5 milhões para pagar um mês dos três em atraso a todo o elenco através de ação do Sindicato dos Funcionários de Clubes do Estado do Rio (Sindeclubes).

Em meio à grave crise financeira, o peruano Cachito Ramírez foi apresentado ontem e, no treinamento, chegou a ser testado no time titular pelo técnico Vagner Mancini. O meia, porém, ainda não teve o nome publicado no BID, o que a diretoria alvinegra espera resolver nesta sexta. Ele assinou contrato até o fim do ano. O Corinthians pagará seus salários.

Mauricio Assumpção não esteve presente na reuniãoAndré Luiz Mello / Agência O Dia

Maurício não vai a reunião

A reunião extraordinária do Conselho Deliberativo para discutir a crise financeira não contou com o seu personagem principal, Maurício Assumpção. Em carta, o presidente alegou compromissos profissionais para não comparecer.

O vice do conselho, Alvaro Moreira, comandou a sessão e acusou Maurício de infringir o estatuto ao ignorar a convocação. Coube ao vice de futebol e financeiro, Chico Fonseca, e ao diretor-executivo, Sergio Landau, explicarem o bloqueio de 100% das receitas. Landau confirmou que o clube vai processar a Prefeitura do Rio pelo fechamento do Engenhão.

A oposição criticou o fato de empresa de familiares de Maurício receberem comissão em contrato de patrocínio do clube. PMs reforçaram a segurança, mas não houve incidentes.

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