Por pedro.logato

Rio - Aos 56 anos, Carlos Eduardo Pereira tem o maior desafio de sua vida pela frente. Eleito o novo presidente do Botafogo juntamente com a Chapa Ouro, ele comanda o clube pelos próximos três anos e pode já ser rebaixado na primeira semana no cargo. A vitória veio com 442 votos. Logo atrás, Thiago Cesário Alvim com 347 votos, Marcelo Guimarães com 234 votos e Vinicius Assumpção com 200 votos. Houve 2 votos nulos .As urnas alvinegras mostraram a rejeição a Maurício Assumpção, tendo em vista que o vencedor era considerado o real candidato de oposição à atual gestão. Antes mesmo de assumir, o novo mandatário confirmou o capita Carlos Alberto Torres como homem forte do futebol a partir do ano que vem.

"É uma responsabilidade muito grande. As urnas nos passaram que a nossa responsabilidade é unir o clube. Nós não podemos perder essa união, porque em 2015 vai ser muito necessário a união do quadro social para conseguirmos fazer do clube forte e não decepcionar a todos", afirmou.

Carlos Eduardo foi derrotado por Assumpção no pleito de 2011 e, desta vez, derrotou Marcelo Guimarães, Thiago Cesário Alvim e Vinícius. Sócio-benemérito do Glorioso desde 1994, o presidente eleito prometeu colocar as finanças do clube novamente no lugar depois do aumento vertiginoso da dívida para quase R$ 740 milhões.

Carlos Eduardo Pereira é o novo presidente do BotafogoCarlos Moraes

O clima de tranqüilidade e cordialidade norteou a votação. Por diversos momentos, os candidatos foram vistos conversando e sorrindo, dando exemplo de espírito esportivo. Ao final da contagem de votos, todos os concorrentes parabenizaram Carlos Eduardo e garantiram cooperar com sua gestão.

Ídolos botafoguenses estiveram em General Severiano, casos do Capita Carlos Alberto Torres, do Possesso Amarildo, do Furacão de 70 Jairzinho, do ex-zagueiro Gonçalves e do ex-goleiro Wagner, ambos campeões brasileiros de 1995, o último grande título do Alvinegro.

MORTEIRO E SUSTO

Apesar das divergências políticas, a harmonia pautou a relação entre os sócios que compareceram ao clube. O discurso era sempre o mesmo: “Temos que tirar o Botafogo dessa situação”.

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Conforme foi passando o tempo, a disputa por votos se tornou uma espécie de marcação homem a homem. Na entrada do salão nobre, onde as urnas estavam posicionadas, representantes das chapas tentavam convencer os eleitores até o último momento. O curioso era que cada um esperava o adversário acabar de falar para iniciar o seu discurso de convencimento.

Do lado de fora da sede, integrantes de torcidas organizadas estenderam suas faixas e acompanharam todo o pleito. A maioria apoiava a Chapa Alvinegra, encabeçada por Vinícius Assumpção, cuja principal proposta era dar direito de voto aos sócios-torcedores.

A tranquilidade ficou ameaçada foi quando, no início da noite, um morteiro estourou. Dois policiais militares revistaram as mochilas dos torcedores que estavam por perto e um grupo chegou a ser levado para uma das viaturas, mas foi liberado minutos depois. No fim, quando a chapa da Carlos Eduardo comemorava a vitória, alguns militantes adversários se irritaram com o ocorrido e um princípio de confusão aconteceu. Porém, alguns seguranças impediram uma briga maior.

Colaborou Edsel Britto

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