Rio - Um dos jogadores mais experientes do Botafogo, Marcelo Mattos está perto de completar cinco anos de clube. Desde a estreia, em agosto de 2010, ele viveu várias emoções, como a alegria do título Carioca de 2013 e a tristeza pelo rebaixamento no Brasileiro de 2014. Mas a sensação que sente ultimamente é a de recomeço. Assim como o time, que tenta voltar à Série A, o volante de 31 anos busca se reerguer e vê na conquista do Estadual um combustível para ajudar ambos a recuperar a autoestima.
Foram sete meses sem jogar, vendo o Botafogo se afundar sem poder fazer nada para ajudar. Tudo por causa de uma lesão no púbis que o obrigou a duas cirurgias no ano passado. Marcelo Mattos só voltou na reta final do Brasileiro, quando a situação já era quase irreversível.
“A minha lesão só eu sofri. O Botafogo foi um monte de gente machucada, difícil de recuperar. O ano de 2014 foi muito triste. Vi sem poder ajudar e este ano mudou muita coisa. É o recomeço, estamos a um jogo de dar um pouco de alegria ao torcedor, que está muito machucado. Faremos o possível para que isso aconteça”, avisa o camisa 5.
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Apesar do sofrimento, Marcelo Mattos tem um exemplo de superação. Em 2012, ele também teve problema no púbis e ficou cinco meses parado após cirurgia. Voltou a jogar e, no ano seguinte, como titular, conquistou o Carioca, o que significou a prova de que estava recuperado. Em 2015, pode repetir a história.
“Também foi muito difícil, mas, na sequência, ganhei o Carioca. Foi superação, assim como agora. Por isso quis ficar no Botafogo, para mostrar o meu valor. Hoje estou sem dor, posso mostrar a minha qualidade. Espero conquistar o título, é um ano importante, para o clube subir para a Primeira Divisão”, diz.
Ao contrário de 2013, quando era mais um, desta vez Mattos é, ao lado de Jefferson, um dos pilares da equipe. Líder do grupo, herdou a braçadeira de capitão na ausência do goleiro e vê no título do Carioca a grande chance para aumentar a autoestima após tanto sofrimento dele e dos alvinegros: “Se conseguir (o título), vou comemorar mais do que em 2013. Vai ser de um significado muito grande pelo momento pelo qual o clube passa. Seria bacana demais.”
‘O ENGENHÃO VIROU A MINHA CASA’
1) No Brasil, não é comum ficar tanto tempo num clube. Por que deu certo no Botafogo?
Marcelo Mattos: Não é comum, mas sempre quis fazer contratos longos, gosto de me identificar com o clube e a torcida.
2) Qual a importância desse título carioca para o ano do clube?
Marcelo Mattos: Para dar confiança ao torcedor. Teremos uma Série B difícil e vamos precisar muito do apoio dele. Também é bom sair na rua de cabeça erguida.<MC>
3) O que vê de diferente entre 2013 e agora?
Marcelo Mattos: Naquele ano tinha jogadores experientes, como Seedorf, Rafael Marques, Bolívar... Foi difícil, mas eles facilitaram. Agora é um recomeço. </CW><MC>
4) Há algo do clube que ainda não conheça?
Marcelo Mattos: Conheço as salas, o estacionamento... Sei andar no Engenhão, que virou a minha casa.