Rio - O presidente do Botafogo, Carlos Eduardo Pereira, aceitou as explicações do meio-campista Bruno Silva sobre o gesto feito em direção à torcida na saída de campo na derrota por 2 a 1 para o Atlético-GO, no Engenhão, pela 35ª rodada do Brasileirão, na qual, irritado com as vaias, deu a entender que estaria de saída do clube.
Carlos Eduardo Pereira revelou que a atitude do atleta foi entendida também pelo elenco e, desta forma, Bruno Silva também não deverá ser punido pelo episódio e estará à disposição da comissão técnica para o próximo compromisso do time no Brasileiro, no domingo, às 17 horas, diante do São Paulo, no Pacaembu.
"Não fez nenhum gesto ofensivo à torcida ou ao clube. Então, essa explicação nos pareceu perfeitamente plausível e dentro dessa linha não podemos abrir mão do Bruno. Ele teve um ano muito bom e excluir o Bruno dessa partidas finais seria prestar um favor aos nossos adversários e isso não vamos fazer de forma alguma. O objetivo é que o Botafogo vá com força máxima contra os adversários", frisou o dirigente em entrevista coletiva nesta sexta-feira, no Rio de Janeiro.
O mandatário botafoguense também desmentiu boatos sobre a ida de Bruno Silva para o Cruzeiro na próxima temporada. Segundo Pereira, não houve sondagens oficiais de outras agremiações pelo jogador, que tem contrato até o fim de 2018. No entanto, o dirigente citou a transferência do brasileiro Neymar (do Barcelona para o Paris Saint-Germain) ao admitir uma possível negociação.
"A permanência dele está garantida por um contrato que vai até o final de 2018. Tenho certeza que ele vai ter um ano bom. Vamos, no primeiro semestre, pensar em renovar esse contrato, manter o Bruno aqui. E, como todo contrato, existe uma cláusula de multa. Se algum clube vier e depositar a multa, o contrato estará rescindido. Nem o poderoso Barcelona teve como impedir uma rescisão de contrato quando foi feito o depósito da multa no caso do Neymar. Se não depositarem a multa, não tem negociação. Até porque nunca houve contato de direção para direção com clube nenhum sobre o Bruno. O contrato dele está em vigor e ele vai conosco até o final do ano que vem", finalizou Carlos Eduardo Pereira.
Já Bruno Silva - que mais cedo havia se manifestado por meio de suas redes sociais - também aproveitou a coletiva de imprensa para reforçar o pedido de desculpas à torcida. O meio-campista disse que estava nervoso e negou ter tido a intenção de ofender os botafoguenses presentes ao estádio.
"Na hora ali, (o gesto) foi até mal interpretado, porque estava saindo, aplaudi a torcida e tinha alguns ali pedindo a minha saída. Eu fiz (o gesto). 'Vocês querem que eu vá embora? Então, estou indo embora'. Jamais (desrespeitaria o clube)", declarou o meio-campista em entrevista coletiva concedida nesta sexta-feira, no Rio de Janeiro, ao lado de integrantes da diretoria do clube.
Bruno, de 31 anos, também procurou valorizar a história dele no clube alvinegro. Contratado em 2015 junto à Chapecoense (depois de passagens por Atlético Paranaense, Bahia e Ponte Preta), o jogador acredita que esteja vivendo a melhor fase da carreira e projeta ajudar o Botafogo a retornar à Libertadores na próxima temporada.
"Foi um clube que me deu oportunidade, acho que é o melhor momento da minha carreira. Uma coisa que não sou é ingrato. Reconheço o que o Botafogo está fazendo e fez por mim. Estou muito feliz aqui. Sou um cara muito competitivo, não gosto de perder. Gosto de jogar. Sou passível de erro. Errei, assumo. Mas não foi nenhum desrespeito à torcida botafoguense, ao clube. Jamais. Peço sinceras desculpas. Estou focado no objetivo de colocar o Botafogo na Libertadores e isso me deu mais força ainda", completou Bruno Silva.