Por mais que Noronha, que estava no Botafogo desde 2014, fosse uma pessoa importante internamente, a relação do dirigente com os jogadores do elenco profissional estava desgastada, principalmente nos últimos meses. O VP de futebol raramente aparecia no Estádio Nilton Santos, com exceção de jogos do Alvinegro e em apresentações de reforços.
Os jogadores não gostavam que Gustavo não "colocava a cara" e fazia muitas promessas - a maioria delas não cumpridas - de salários e prazos de premiações por desempenhos. Não à toa, a figura de Anderson Barros, que está diariamente no Estádio Nilton Santos, é tão importante para os atletas e o diretor de futebol é um dos responsáveis por manter o foco do elenco diante do cenário de um mês e meio de salários atrasados.
O último contato direto que Noronha teve com os jogadores e a imprensa aconteceu no dia 6 de outubro, quando o dirigente comunicou ao elenco que Eduardo Barroca não seria mais o técnico do Botafogo. Por não estar no dia a dia do futebol, a fama do dirigente, chamado até de "vice invisível", era ruim entre os atletas.
Nos últimos dois meses, este fator também piorou com outras pessoas do Conselho Diretor do Botafogo. Gustavo Noronha se isolou e deixou de participar de decisões do clube, mesmo estando em General Severiano. Diante de um momento complicado dentro e fora dos gramados, a situação ficou praticamente insustentável e a única saída foi a destituição.
Importante nos bastidores quando ocupava a função de diretor jurídico do departamento de futebol, cargo que assumiu em 2014, Gustavo Noronha chegou como VP de futebol na gestão Nelson Mufarrej, quatro anos depois. A passagem do dirigente em 2019, porém, foi para ser esquecida.