Nem todo mundo saiu satisfeito do evento que marcou a pedra fundamental do Museu Botafogo, realizado na última quarta-feira em uma cerimônia em General Severiano. Paulo Cézar Caju, atacante do Alvinegro nos anos 60 e 70, ficou na bronca pela forma como ele e outros ex-jogadores foram tratados.
O ex-jogador procurou o LANCE! para manifestar a indignação. PC Caju afirmou que sentiu uma "falta de respeito" por parte do Botafogo por nenhum jogador de equipes passadas terem sido citados durante a apresentação do projeto. Vale lembrar que quatro pessoas, entre elas o presidente Durcesio Mello discursaram.
"Não tenho afinidade com o atual presidente, não sou amigo mas também não inimigo, esbarro algumas vezes com ele. Surgiu esse convite há três dias por intermédio de um assessor. Não queria ir, mas por saudade do pessoal, queria rever essas pessoas e General Severiano, fui. Começou a apresentação, chamaram o CEO do Museu, o arquiteto e depois o humorista da 'plim plim', o tal de Marcelo Adnet, global, comunista, e o presidente no final", afirmou.
"Saí da minha casa, estou falando por mim porque isso me deixou indignado... Você está criando um museu para que não se perca a memória de grandes ídolos que estão vivos ainda, você ser convidado e não é citado por nenhum dos quatro personagens que foram ao palco. Temos muitos nomes dessa geração de 1950 a 1970 que ajudou a conquistar três Copas do Mundo e em um evento que durou uma hora e meia você não é citado nem como convidado. Parecia que esses quatro senhores é que jogaram. Foram eles que vestiram a amarela, foram bicampeões carioca, campeões brasileiros... Saí da minha casa, não pedi para tomar café com ninguém dessa diretoria mas poderia ter sido pelo menos respeitado. Nós não fomos citados em nenhum momento. Não faço a mínima questão de lidar com essas pessoas", completou.
Além de PC Caju, outros jogadores marcantes da história também estiveram presentes, como Túlio Maravilha, Roberto Miranda, Afonsinho, Carlos Roberto e Manga.
"Não é que me senti ignorado, foi uma falta de educação, falta de respeito me tirar da minha casa... Não pedi para ir tomar café com ninguém do Botafogo. É um clube que eu tenho uma história e esses últimos companheiros também. Não fomos nem citados por nenhum dos personagens que subiram ao palco para falar do projeto", admitiu.
Paulo Cézar explicou que a indignação por ter sido "deixado de lado" não partiu somente dele, tendo sido algo compartilhado por praticamente todos os ex-jogadores presentes no evento. O ex-jogador afirmou que ninguém do clube o procurou após a cerimônia.
– Não fiquei esperando que ninguém me desse explicação não. Eles sabiam que nós (ex-jogadores) estávamos na sede do clube. Antes de começar o evento o próprio Durcesio veio ao nosso encontro e nos deu bom dia. Mas tudo bem, não estou preocupado com isso. Estou é indignado de ter ido na porcaria desse evento - declarou.
No evento, vale lembrar, Durcesio Mello fez uma saudação aos "jogadores presentes" antes de iniciar o discurso falando sobre o museu.
"O Atlético-MG deu o maior exemplo nesse falido futebol brasileiro, que é formado por seres humanos que não têm memória. Deram uma lição nessa conquista do Brasileirão ao levar Dario (Dadá Maravilha), Éder, Reinaldo e outros antigos que fazem parte da história para o Mineirão. Isso no Botafogo não existe. Já fizeram isso com meu pai, Garrincha, Quarentinha e atualmente estão fazendo com o Amarildo. O que eu tenho para dizer pro pessoal do Botafogo é que não preciso deles para porcaria nenhuma", finalizou.
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