O discurso do técnico e dos dirigentes era de que precisava contar com os melhores e observar novas opções. Na prática, porém, não foi o que ocorreu. Mais uma vez.
Contra Senegal, nesta quinta-feira - empate em 1 a 1 -, Tite utilizou apenas três dos oito atletas que atuam no país. Só Daniel Alves, antigo com a Amarelinha, foi titular e atuou os 90 minutos. Everton - outro que tem sido presença constante -, entrou aos 15 do 2º tempo, e Matheus Henrique - o único estreante -, também do Grêmio, pisou no gramado já aos 23 da etapa final.
Muita novidade na convocação, pouca em campo.
Weverton, Santos, Marcinho, Rodrigo Caio e Gabigol, que desfalcarão Palmeiras, Athletico Paranaense, Botafogo e Flamengo - duplamente -, assistiram tudo do banco.
Em setembro, nos amistosos contra Peru e Colômbia, o mesmo já tinha acontecido. Chamado pelo treinador, Bruno Henrique, do Rubro-Negro Carioca, atuou apenas 16 minutos somando as duas partidas. Jorge, do Santos, sequer entrou em campo, assim como Weverton, do Palmeiras.
Curiosamente, quando o Brasileirão parou durante a Copa América - ou seja, quando não atrapalharia a competição - o número de convocados do país foi bem inferior à última: apenas três - Cássio, Fágner e Everton.
É claro que avaliar o jogador em treinamentos é importante, mas não tão relevante quanto ter estes atletas em atividade por seus clubes no Campeonato Brasileiro. Até porque há opções na Europa - que paralisa suas competições nas datas FIFA - para estas vagas. Ainda mais para ficar no banco.
O Brasil encara a Nigéria neste domingo - dia de rodada do Brasileiro - e pode ser que Tite resolva colocar em campo Gabigol e cia. Optando assim por utilizá-los na data mais próxima a devolução para as equipes. Flamengo, Palmeiras e Grêmio jogarão três dias depois. Desgastados, terão ainda que passar por uma viagem de aproximadamente 21 horas, fora translado.
Há tempos a Seleção é um produto exclusivo da CBF, bem distante do que deveria ser o seu torcedor - vide a partida em Singapura e as raras no Brasil. O contrário acontece com o Brasileirão, presente na vida da torcida e escanteado pela entidade. Nesse caso, se alguém tem que pagar a conta pelo calendário ruim montado pela Confederação, que seja a sua própria mercadoria.