Por pedro.logato
Rio - Toda torcida precisa de um herói para admirar, mas no futebol não importa se ele é um zagueiro, que tem como função deixar o esporte com menos gols, ou um atacante, aquele que faz a massa tremer nos estádios. O Flamengo tem uma outra peculiaridade. Muitas vezes o jogador que sua mais em campo conquista espaço maior no coração da torcida do que o craque que espera a bola no pé. Na galeria de heróis improváveis da Nação, o zagueiro Fernando fez o gol, de cabeça, no primeiro jogo contra o Goiás, em Juiz de Fora (MG). Na partida de volta, em Goiânia, empate em 0 a 0 deu o título da Copa do Brasil de 1990 ao Flamengo.
“É indescritível a sensação. Junta tudo o que você mais ama na vida e, em uma fração de segundo, você recebe essa bênção vendo a rede balançar”, lembra Fernando, que mora em Santos e admite que aquele título foi especial.

“Tenho história de títulos por onde passei. Todos com sua importância e grandeza. Mas esse pelo Flamengo, talvez por ter sido o primeiro, foi especial. E me impressiona o fato de terem passado 23 anos e a conquista estar tão viva na memória e nos corações dos flamenguistas”, diz.

Primeira Copa do Brasil do Fla veio em 1990Reprodução Internet

VANTAGEM NA ARQUIBANCADA

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Fernando não acha a vantagem do empate em 0 a 0 um fator diferencial, mas vê no Maracanã um outro ingrediente que pode levar o Flamengo ao tricampeonato da competição: a torcida.
“O que eu acho grande é a Nação rubro-negra. Não há como deixar de brigar um centímetro dentro de campo ao ouvir a torcida te apoiando o tempo todo. Futebol se decide nos 90 minutos, mas ninguém tem uma torcida tão especial como o Flamengo. Essa é a grande vantagem”, destaca Fernando, que é técnico de futebol e, após um projeto na Portuguesa Santista, equipe que o revelou, está sem clube.
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Apesar de ter lugar cativo no coração rubro-negro ao marcar o gol do título, até hoje Fernando não entende sua saída do clube naquele mesmo ano. Sem ter o contrato renovado, o jogador assinou com o Atlético-MG.
“Sinceramente, eu me pergunto até hoje sobre isso. Tinha um contrato de um ano com o Flamengo. Tive uma passagem muito boa no clube, saí de férias e não fui procurado pela diretoria (da presidência de Gilberto Cardoso Filho) para discutir a renovação”, conta.
O ex-zagueiro lembra que gostaria muito de ter permanecido.
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“Vou ficar devendo essa explicação porque não sei mesmo”, justifica Fernando, que também atuou por Santos, Vasco, Louletano (Portugal), Guarani e Portuguesa.
OBINA DRIBLOU AS VAIAS E VIROU HERÓI
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Em 2006, um atacante ironizado pela própria torcida se consagraria no Maracanã. A chegada de Obina em 2005 foi marcada por vaias e o ódio dos rubro-negros naquele atacante, meio desengonçado, que perdia muitos gols.
De uma piada nas arquibancadas surgiu o música dizendo que Obina era melhor que o Eto’o e mesmo com toda a ironia, o atacante começou a marcar gols.
Em um sem pulo deixou sua marca na final da Copa do Brasil contra o arquirrival Vasco no primeiro jogo da decisão na vitória por 3 a 1.
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No Brasileirão de 2009, dois zagueiros fizeram os gols do hexacampeonato nacional. O reserva David Bráz marcou o gol de empate quando o Fla perdia para o Grêmio por 1 a 0. Ronaldo Angelim, de cabeça, fez o gol do título.