Rio - O bi da Libertadores é obsessão no Flamengo. Campeão em 1981, sob o comando de Zico, o Rubro-Negro vai para a terceira edição seguida da competição em 2019 sua 15ª na história e disposto a enterrar vexames recentes para se firmar como uma das potências da América do Sul. O pontapé inicial será dado neste segunda, quando a Conmebol sorteia os grupos, em Luque, no Paraguai. O time está no pote 2, com outros dois brasileiros: Athletico-PR e Internacional.
Camisa 6 da equipe que há 37 anos superou o chileno Cobreloa na final e entrou para a história, Andrade sente orgulho pela inédita conquista. Mas avisa que ficará igualmente feliz se o Flamengo erguer a taça novamente. Para tanto, deixa um alerta aos jogadores:
"A Libertadores é uma competição diferente, que pode te consagrar ou te arruinar. É preciso ter postura em campo, jogar com raça e se doar em busca da vitória. Nem sempre a qualidade técnica decide. Tem que ter o algo mais", avisa. "Um título de Libertadores torna qualquer jogador mais respeitado", acrescenta.
E é justamente o que Andrade espera do Flamengo nesta Libertadores. Que recupere o respeito dos adversários. Afinal, das oito edições em que esteve presente neste século, o time não passou da fase de grupos em quatro (2002, 2012, 2014 e 2017). Em 2007, 2008 e 2018 caiu nas oitavas de final, e, em 2010, nas quartas.
"Este retrospecto é ruim, mas não abala minha confiança", frisa Andrade, que não se preocupa com um possível grupo da morte, ao lado de River Plate, Rosário Central e São Paulo, por exemplo. "São adversários de peso, mas não podemos temer ninguém".
A eleição do presidente Rodolfo Landim e a contratação do técnico Abel Braga aumentam o otimismo de Andrade. "Landim é uma pessoa carismática, aberta ao diálogo e com tudo para dar certo, pois tem a cara do Flamengo. Abel é excelente treinador e o nome certo para comandar a equipe. É sério e competente", avalia.
Campeão brasileiro como treinador do Flamengo, em 2009, Andrade viveu o outro lado da moeda na Libertadores de 2010. Após três vitórias, um empate e duas derrotas, foi demitido pela presidente Patrícia Amorim o time cairia nas quartas de final, para a Universidad de Chile, com Rogério Lourenço como técnico.
"Nossa prioridade era a Libertadores, mas fui demitido porque perdemos o título carioca para o Botafogo. Deixei o clube com o Flamengo classificado às oitavas de final e via a possibilidade de irmos à decisão. Fiquei frustrado, mas vida que segue", diz Andrade, que dá uma dica para a equipe superar a pressão e a ansiedade.
"Se não der na bola, tem que ser na raça. Ainda contamos com a força de nossa torcida para encarar as adversidades. O Flamengo vai brigar pelo título", decreta.