Rio - Pai de uma promessa do Flamengo, Pedro Henrique, o ex-jogador Beto sentiu um misto de dor e alívio no trágico incêndio que vitimou dez pessoas, entre atletas da base e funcionários no Ninho do Urubu. Com duas passagens pelo clube, Beto incentivava o filho a morar na concentração para vivenciar a experiência completa rumo à carreira profissional.
"Estou em choque. As vítimas são todos amigas do meu filho. Ele está abalado. Ficamos comovidos por conhecer de perto as vítimas, as famílias. Muitas pessoas moravam na concentração eram daqui (no Rio). E cobrava isso do meu filho. Para sentir como é a vida de jogador, ter essa experiência e sair debaixo da asa dos pais. Mas confesso que estaria com um peso enorme caso ele fosse uma das vítimas. Hoje poderia estar buscando o corpo do meu filho. É um momento muito triste", disse Beto.
Pedrinho, como é conhecido na base, é camisa 10 do sub-15 do Flamengo e convivia diariamente com as demais promessas do clube. Participativo, Beto acompanha de perto os passos do herdeiro. Apesar da falta do Certificado de Aprovação (CA) do Corpo de Bombeiros, que estava em processo de regularização, Beto considera satisfatória a estrutura oferecida para a base. Vale salientar que as promessas estão prestes a se transferir para a concentração que era utilizadas pelos profissionais até o mês passado.
"É muito triste ter um sonho interrompido por tragédia. Foi uma fatalidade pela estrutura que o Flamengo oferece hoje para a base. É difícil fazer críticas num momento como esse. Pelos relatos do meu filho e pelo o que vejo, sei que a diretoria tem feito bom trabalho para os garotos. Eles estavam animados, às vésperas da transferência para a nova área", disse Beto à TV Globo.
