Diego se emociona durante coletiva antes do treino do Flamengo no Ninho do Urubu - Luciano Belford/AgÊncia O Dia
Diego se emociona durante coletiva antes do treino do Flamengo no Ninho do UrubuLuciano Belford/AgÊncia O Dia
Por HUGO PERRUSO

Rio - Quatro dias após a tragédia que matou 10 jogadores da base, o Flamengo voltou a abrir as portas do Ninho do Urubu para a imprensa nesta terça-feira e o primeiro representante do Flamengo a falar foi Diego, que se emocionou bastante. Com o clima pesado pela tragédia, o camisa 10 busca forças para seguir de exemplo e inspiração para os meninos da base que seguem vivos e todos os outros que ainda jogarão pelo clube.

Com esse pensamento, Diego revelou ter pego o telefone de Cauan Emanuel, o primeiro dos feridos a receber alta, durante a visita no hospital na segunda-feira, para trocar mensagens com ele. Foi nesse momento que ele se emocionou, ao lembrar a conversa com o jovem.

"O clima ruim temos procurado enfrentar da melhor maneira possível. Temos que seguir da melhor forma possível para honrar e dignificar todos esses garotos. Temos que seguir em frente para manter o sonho deles. Peguei o telefone do Cauan, mandei a nossa foto e ele enviou uma dele comemorando e falou: 'conhece essa comemoração? Eu me inspiro em você... (começa a chorar)... então temos que seguir para sermos inspirações", afirmou Diego, que tem um sobrinho na categoria sub-14 do clube, mas que não estava presente no alojamento. "Tenho sobrinho que joga no sub-14 do Flamengo, então tinha amigos no alojamento. Podia estar ali também. Enfim, temos uma ligação e um respeito muito grande."

O meia também relembrou a evolução do Ninho do Urubu. Quando ele chegou ao clube, em 2016, as estruturas de contêineres ainda tomavam conta do local.

"É nítido e claro para todos que clube busca evoluir constantemente, diariamente, tem demonstrado isso, não só para profissionais mas para toda base. Acompanhei essa evolução, cheguei em 2016 e a estrutura era toda de contêiner, utilizei essa estrutura e acompanhei a evolução do clube. Sobre questão técnica e burocrática, não estou aqui para falar sobre isso. Mas existe a preocupação que acompanhei de evoluir da diretoria passada e atual. Se evoluiu ou não, não cabe a mim dizer. É uma tragédia, a maior do clube, quem está aqui vai levar para sempre, está vivendo intensamente. Momento de muita tristeza e reflexão", declarou.

Apesar de toda a dor que ele e os companheiros estão sentindo, Diego acredita que o elenco rubro-negro precisa   disputar o Fla-Flu nesta quinta-feira. Mesmo com o clima pesado, o meia vê importância de honrar os 10 meninos que morreram na tragédia no Ninho.

"A emoção vai vir. Vamos carregar junto com a gente pra sempre. As pessoas têm que entender que quando estivermos no treino ou jogo vamos sorrir, mas não vamos deixar de lembrar. Temos que encontrar forças. É o nosso trabalho competir. Precisamos estar prontos para vencer. O clima é difícil para nós e todos os brasileiros, mas quando entrarmos em campo temos que fazer o que eles fariam, que é competir e honrar essa camisa", disse Diego, que se colocou a disposição para ajudar as famílias de todas as vítimas. "Os familiares podem contar com a gente para o que precisarem. Seja um abraço ou uma palavra".

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