Entre as praias cariocas e as ruas de Riad, capital da Arábia Saudita, poucas são as semelhanças, além do calor escaldante nos dias de dezembro. Culinária, religião e até o alfabeto distanciam Flamengo e Al Hilal, que, apesar das diferenças, compartilham um sonho: a conquista do Mundial de Clubes. Para mantê-lo vivo, as equipes disputam hoje, às 14h30, de Brasília, uma vaga na decisão, em Doha.
A tradição no futebol nem se discute. Enquanto o Brasil tem cinco taças de Copas do Mundo, os sauditas contam o mesmo número de participações na competição, e nem sequer passaram das oitavas. Recentemente, o alto investimento dos clubes os permite a tentativa de desbancar o favoritismo do Flamengo, que busca chegar ao topo do mundo pela segunda vez na história. Na final, pode enfrentar justamente o Liverpool, que foi vice do Rubro-Negro em 1981, e que encara amanhã o Monterrey, do México, na outra partida da semifinal.
Embora a mistura pareça improvável, não é difícil encontrar cariocas vestindo as tradicionais túnicas árabes no Rio. Basta alguns minutos na areia de Ipanema para avistar um vendedor de esfirras, prato que surgiu na Síria, devidamente caracterizado. Assim trabalha o rubro-negro Carlos Augusto, de 39 anos, que tem nas esfirras a única relação com os árabes. No Mundial, ele não tem dúvida de que vai dar Flamengo: "Do jeito que está, é claro que fico otimista".
Se o Al Hilal é desconhecido para os brasileiros, o Flamengo também é uma novidade no Catar. Pouco mais de 38 anos depois de conquistar o mundo no Japão, estrear em em solo catari.
Por outro lado, a partida de hoje também será de reencontros. O técnico Jorge Jesus revê seus ex-comandados no Al Hilal, inclusive os destaques Gomis e Carillo, suas indicações para o clube. Já o volante Cuéllar fica frente a frente com o Flamengo depois de uma saída conturbada há menos de quatro meses.