"Se eu tiver essa oportunidade, vai ser incrível. São craques e que vão dar muito trabalho. Mas seria um momento histórico na minha carreira. Mas não vamos aliviar (risos)."
E como parar esses craques?
"Desde que Jorge Jesus e os demais da comissão chegaram, a intensidade dos treinos aumentaram. Eles pegam muito no pé. O trabalho é muito puxado e intenso. Só antes de jogo que a gente treina mais leve. Isso ajuda dentro de campo. A organização também melhorou muito. A gente não precisa correr tanto. A gente corre menos, mas corre certo. O time corre organizado e não corre errado."
Faz parte de uma geração que vai cedo para a Europa, como Vinicius Junior e Paquetá. Pretende seguir o mesmo rumo?
"Muito. Muito mesmo. Morava na Tijuca, perto do Maracanã, e ia a todo jogo. Eu era sócio-torcedor. Ia muito mesmo. Como a vida é, hoje eu que estou lá no time."
Depois de conviver e jogar ao lado de Marí, você acha que o Brasil está muito atrás ainda da Europa?
"Ele é um grande jogador e uma grande pessoa. Sou muito fã. Sem demagogia. Mas em relação ao Flamengo, eu acho que não deve muito para a Europa, principalmente depois da chegada do Mister."
Por quê?
"Estrutura, trabalho, o treinador que tem uma metodologia européia e os jogadores que aqui estão. São jogadores de nível Europa. Olha o elenco... é incrível conviver com eles."
Você citou Jesus: qual é o diferencial dele para os demais treinadores que você já trabalhou?
"Ele é muito perfeccionista. Ele quer o melhor sempre. Intensidade é 100%, formação é 100%... um cara muito rigoroso. Ele tem um respeito pela gente e nós temos respeito por ele. O Mister fez com que a gente comprasse a ideia dele. Ele provou que entende de futebol. É só ver os resultados. Estamos no Mundial de Clubes depois de 38 anos. Isso não é por acaso."
Em relação às broncas nos jogadores ainda dentro de campo. O que você pensa?
"Acho natural. Ele faz isso para o nosso bem. Todo mundo já tomou um durante o treino (risos). Na minha opinião, isso ajuda muito. Ele faz isso porque sabe que podemos evoluir. É válido."
Vocês já pediram a ele para que ficasse em 2020?
"Isso ainda não conversamos. A temporada ainda não acabou e estamos focados no Mundial. Isso ainda não foi conversado com ele e acho que nem será. Isso é um assunto pessoal dele."
O que você precisa evoluir?
Preciso melhorar bastante a minha bola aérea. Estou trabalhando isso. A saída de jogo. Sou muito novo, mas os dois principais pontos são esses.
Os torcedores brincam nas redes sociais e te chamam de "zagueiro raiz" por conta do estilo de jogo. Concorda?
"(Risos). Eu sempre fui assim. Eu sou sério, focado, gosto de jogar assim. Meu estilo desde as categorias de base. O foco é importantíssimo. Jogar pelo Flamengo é isso. Sou torcedor do clube desde criança, frequentava o Maracanã e observava isso. Meu estilo, mas deixo isso de zagueiro raiz para os torcedores (risos)."
"Claro. É um sonho e uma possibilidade. Vou continuar trabalhando e sempre focado nas expectativas. Eu já fui convocado muitas vezes para as categorias de base da seleção, fui capitão e acho que tenho capacidade de jogar as Olimpíadas. Se eu não acreditar em mim, quem vai?!"
Existe a chance de o Flamengo fazer a pré-temporada na Europa. Acha uma boa escolha?
"Eu acho que é importante. Isso dá a chance de internacionalizar a marca do Flamengo, mas o mais importante é ter tranquilidade para fazer bem os treinos, com uma boa estrutura. Eu sou a favor, sim. Ficar longe da família é legal às vezes, importante, porque só foca nos trabalhos."
Você só tem 20 anos, mas já viveu grandes momentos no Flamengo. Qual é o mais inesquecível?
"Com certeza o segundo gol na final da Libertadores. Eu só pensei em vibrar. Eu subi na trave do gol, né, e depois o Vinicius (Souza) subiu."
E como você subiu?
"A ideia foi minha. Chamei o doutor João, subi nas costas dele e consegui chegar lá (na trave). Eu falei para o Vinição (Vinicius Souza) subir logo. Que momento... (risos)".