A partir dali, a sua carreira engrenou. No ano seguinte, foi parar no Goiânia, que já o tinha rejeitado anos atrás. Antes de atuar no Goiás, em 2017, ainda foi defender o Goianésia. Detalhe: não havia pagamento e ali, pela primeira vez, ouviu que era "peladeiro" em tom de depreciação.
"Joguei a Divisão de Acesso, com todos me criticando e achando que eu não conseguiria. Levantava 3h da manhã para orar. Me chamavam para sair, tomar cerveja, mas eu falava que preferia ler a Bíblia. As pessoas riam de mim, mas não sabiam que o Deus que eu servia era grande. Depois, fui para o Goianésia, orei do dia 15 até o dia 23, direto. Conversei com Deus, pedi uma oportunidade, que apareceu, e eu questionei: "É essa a oportunidade que tem para mim?" (risos). Fui para lá sem receber nada, nada, nada... Nem sequer R$ 1. Joguei, ninguém achava que eu ia jogar. Falavam: "Aquele peladeiro vai para o Goianésia e ser igual estilingue, ir e voltar". E hoje estou aqui. Estou tendo a oportunidade de mostrar que tudo é possível. Todos podem ter chance na vida, basta quererem", disse Michael.
"Comigo é igual David e Golias. Falavam: "Olha o tamaninho dele". E David venceu, né? (risos). Assim sou eu na minha vida, enfrentando um Golias por dia. A cada dia vou matando um."
No Flamengo, Michael traz novamente desconfiança de parte da opinião pública, sobretudo pelas altas cifras envolvidas na negociação (cerca de R$ 34 milhões). Ou seja, nada mudará: o "David de Poxoréu" seguirá tendo que ser resistente às pressões inerentes à profissão que escolheu. Mas, além da ótima performance no Goiás, chega ao Flamengo blindado pela fé em sua religião e em si para "viajar para o mundo".