Jogadores não escondem que risco de rebaixamento tem mexido com o lado emocional do grupo
Por pedro.logato
Rio - Não é apenas dentro de campo que os jogadores travam uma batalha para livrar o Fluminense do rebaixamento para a Segunda Divisão do Brasileiro. Psicologicamente, a dramática situação mexe com o grupo, independentemente da idade. Na Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx), na Urca, os tricolores encontram paz para trabalhar, mas nas ruas não têm conseguido fugir da pressão e da cobrança do torcedor.
“Às vezes você evita sair, mas não é pelas pessoas e sim por você mesmo. Não posso me trancar em casa. Mas quando saio, tenho vergonha, sim. É algo que mexe fora de campo. Ontem (terça-feira), uma senhora de cerca de 70 anos me parou e disse: ‘Não vai cair, né?’. Eu pensei e respondi: ‘Com certeza, não. Mas precisamos da torcida, de apoio’. Apoiar para ser campeão é lindo, mas nessa situação que a gente vê quem é quem”, disse Jean.
Com 85% de chances de rebaixamento, o Fluminense não depende mais do próprio esforço para ficar na Série A. Além de vencer o Bahia, na Fonte Nova, os tricolores torcerão pelo tropeço de Coritiba e Vasco nos confrontos com São Paulo e Atlético-PR, respectivamente. O empate é suficiente para evitar a degola. Diante desse drama, Jean admite que o clima de tensão nos bastidores é grande.
“O emocional fica muito mais mexido do que numa final. Não digo que o grupo está nervoso, mas começa a passar um monte de coisa na nossa cabeça. O que não é bom pelo lado psicológico. Temos de pensar sempre da melhor forma para fazer nossa parte”, disse Jean.
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O futuro do Fluminense será decidido no domingo, mas Jean garante que não cogita abandonar o clube caso o rebaixamento para a Série B do Brasileirão seja sacramentado em Salvador. Com contrato até dezembro de 2017, o camisa 7 é um dos jogadores mais valorizados do elenco do Fluminense.
“Independentemente do que aconteça, quero continuar no Fluminense. A diretoria já sabe disso. Mas estamos pensado somente na partida contra o Bahia, em sair, em livrar o clube dessa situação. Depois pensamos no que pode acontecer daqui para a frente”, disse o volante.
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Sem mala em Salvador
Apenas cumprindo tabela na última rodada do Brasileiro, o Bahia terá o incentivo de uma Arena Fonte Nova lotada e promete atuar com seriedade contra o Fluminense. O presidente do clube baiano, Fernando Schmidt, disse ontem que sua equipe não aceitará compensação financeira de terceiros e não haverá clima festivo.
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“Nem mala branca, nem preta. Por aqui não passa mala. Estamos tentando implantar uma nova forma de gestão no futebol brasileiro”, disse Schmidt ao jornal ‘Correio’.
Na opinião do meia Jean, no entanto, o Bahia não vai ter a mesma pegada do Atlético-MG, por exemplo. O jogador também não acredita em facilidades.
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“Não sei se vai rolar esse clima de festa pelo lado do Bahia, mas acredito que a equipe deles vai estar mais relaxada por ter saído do sufoco”, frisou.
Cavalieri treina e vai para o jogo
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Um pouco mais à vontade e sem aparentar dor, Diego Cavalieri reapareceu ontem na Escola de Educação Física do Exército, na Urca. Após dois dias de trabalho físico nas Laranjeiras, o camisa 12 treinou com bola e está confirmado para o jogo de domingo.
O goleiro precisou levar sete pontos devido a um corte na mão esquerda antes do jogo contra o Atlético-MG, sábado. O zagueiro Leandro Euzébio também mostrou evolução de uma torção no tornozelo esquerdo e participou de todas as atividades de quarta.
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Sob forte calor, os jogadores fizeram um treino de movimentação, enquanto os goleiros trabalharam saídas de bola com os pés e as mãos. Após a atividade física, Dorival conversou com o elenco e comandou um treino tático.