Por pedro.logato
Rio - Se a novela Conca não teve um final feliz para a torcida do Fluminense, os capítulos finais da trama que envolve o futuro de Fred se encaminha para um desfecho positivo e duradouro. Ontem, em dia de despedida, o argentino nem sequer apareceu nas Laranjeiras. Liberado pela diretoria, o meia acertou últimos detalhes de sua transferência para o Shanghai Dongya. Já Fred, mesmo com uma proposta milionária da China, decidiu continuar.
Fred continua no Fluminense em 2015Carlos Moraes

Nos EUA, o vice de futebol, Mário Bittencourt, o gerente Fernando Simões, e Francis Melo, empresário de Fred, fecham os moldes do novo contrato, que terá duração de quatro anos. A dívida de R$ 4 milhões — referente a 20 meses de atraso no pagamento de direito de imagem — faz parte do acordo. Ciente do risco de perder os medalhões bancados pela Unimed, ex-patrocinadora do clube, o técnico Cristóvão Borges crê na permanência do atacante: “Não estou preparado. Com perdas de jogadores importantes, você enfraquece. Temos de achar maneiras de ficar bem, de evoluir. As conversas estão adiantadas para que ele fique. Ainda não posso confirmar. Mas a chance é muito grande.”

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Confiante, Cristóvão banca a escalação de Fred no jogo-treino contra a Cabofriense, hoje, às 9h30, nas Laranjeiras. Poupado da Florida Cup, o artilheiro pediu mais tempo para aprimorar a forma física. Como tinha conhecimento da proposta por Conca desde o início da pré-temporada, o treinador já começou a pensar na montagem da equipe e disse que ninguém é insubstituível.
“Nós perdemos um ídolo, um grande jogador, mas vamos procurar nos adaptar”, avisou Cristóvão.
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Funcionários sofrem com atraso de salário
O clima de incerteza financeira no Fluminense não afeta apenas os jogadores. O atraso no salário dos funcionários está perto de completar dois meses. O 13º também não foi quitado. A diretoria trabalha nos bastidores para conseguir a liberação de verbas bloqueadas pela Justiça, mas funcionários que recebem até dois salários mínimos reclamam da falta de prazo para a solução do problema.
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A equipe do jornal ‘Ataque’ foi procurada por diversos funcionários. Um deles pediu para não ser identificado, mas fez questão de fazer um desabafo. “A situação está complicada. As contas não param de acumular em casa. Tenho aluguel e IPTU para pagar, material escolar dos filhos para comprar... E ninguém nos dá uma posição oficial”, lamentou.
O presidente Peter Siemsen retorna ao Rio este fim de semana. Em companhia da cúpula do Fluminense, ele tem negociado com novos patrocinadores. Depois de fechar com a Viton 44 (por R$ 14 milhões/ano) e Frescatto (por R$ 4milhões/ano), o mandatário espera regularizar as finanças do clube com novos acordos.