Rio - Ao pisar em campo, pontualmente às 15h22m, novamente como técnico do Fluminense, Enderson Moreira ouviu muitos gritos na confusão vinda do lado de fora do clube. Mas não se tratava de nenhuma manifestação contrária à demissão de Ricardo Drubscky. Eram professores da Uerj protestando no Palácio Guanabara. Com menos pressão nas costas do que o governador Pezão, o treinador arregaçou as mangas e foi trabalhar. Manteve o esquema tático de seu antecessor, mas trocou Pierre por Wagner e recuou Jean. Ao falar sobre o novo clube, Enderson foi otimista na avaliação.

“Queremos brigar, no mínimo, por uma vaga na Libertadores. Acredito muito na direção, nos atletas e no conhecimento que tenho do clube. O Fluminense não pode jogar em seus domínios ou qualquer lugar sem ser para ganhar. Uma equipe grande como o Fluminense tem que jogar para vencer sempre”, disse o novo treinador tricolor.
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A escolha por Enderson foi a segunda opção do departamento de futebol. Dorival Junior, que foi treinador do clube na reta final de 2013 e não conseguiu salvar em campo o time do rebaixamento — depois revertido no tribunal pelo erro da Portuguesa —, foi sondado, mas pediu mais de R$ 400 mil e acabou descartado pela diretoria.
Enderson Moreira assume o terceiro time em 2015 e é o terceiro comandante do Fluminense no ano. Ele formou a base do Santos, que acabou campeão paulista, mas brigou com alguns jovens jogadores e foi demitido. Na passagem pelo Atlético-PR só teve tempo de contratar Walter e comandar a equipe em oito oportunidades.
“Minha relação com os atletas sempre foi da melhor forma possível, estamos sempre buscando e fazendo com que esses atletas possam crescer. Trabalhei muitos anos com categoria de base e o que se falou muito no Santos foi uma situação específica, sempre falei que não tenho nenhuma questão relacionada a idade. Se o jogador tem 16 anos ou 40, me baseio em cima de qualidade técnica do atleta no momento”, esclareceu Enderson.