Por luis.araujo
Rio - No próximo dia 26 de novembro, sócios e torcedores do Fluminense irão definir seu presidente para os próximos três anos. Esta eleição é a primeira que os torcedores que fazem parte do sócio futebol poderão votar. O plano foi lançado em 2014 e quem estiver adimplente desde o seu lançamento poderá participar da eleição. Segundo o site 'Movimento por um Futebol Melhor', o clube atualmente tem cerca de 33.569. A lista com os sócios aptos a votar ainda não foi divulgada pelo clube. Segundo a assessoria da presidência, 13 mil sócios estão aptos para votar. As chapas foram homologadas no último dia 15 e três candidatos concorrem ao cargo: Celso Barros, Mário Bittencourt e Pedro Abad.   
A partir desta segunda-feira, o portal O Dia Online publicará entrevistas feitas com os candidatos. O primeiro foi Celso Barros, ex-presidente da Unimed. Nesta terça-feira, será a vez de Mário Bittencourt, ex-vice presidente de futebol e advogado do clube. O candidato falou sobre os principais projetos de sua campanha. Entre eles o investimento em esportes olímpicos, Centro de Treinamento, o departamento de futebol, estádio próprio e se pretende manter Marcão como treinador em 2017.
Mário tem o apoio de ParreiraReprodução Facebook

ESPORTES OLÍMPICOS

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Criação Guerreirinho Tricolor - Como seria esse projeto? PLANO DE GESTÃO
Guerreirinho Olímpico se assemelha ao Guerreirinho do Futebol, mas que possa ter escolinha dos outros esportes como basquete, vôlei e natação para as crianças. É um Guerreirinho para os Esportes Olímpicos.
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Como seria a viabilização da reforma do ginásio? Qual seria a capacidade depois da reforma?
Pretendemos na verdade construir um ginásio novo para que seja utilizado por nossas equipes. O Fluminense hoje não atua nas Laranjeiras em nenhum esporte. Nosso futsal joga no Magnatas, do Rocha, em quadra de cimento, o time feminino de vôlei está mandando seus jogos no Hebraica. A construção seria feita com verba captada via Lei de Incentivo ao Esporte, no chamado contrato de repasse, e ocuparia o local onde era o antigo estádio de tênis.

O clube recentemente chegou a tentar disputar o NBB mas não teve sucesso. Pretende investir novamente e tentar levar o basquete do clube de volta a competição?

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Queremos, sim, revitalizar o basquete, com um time que possa disputar NBB. Já conversamos, inclusive, com o com o pessoal da Liga Ouro para inscrever o Fluminense no início do ano, caso vençamos a eleição. Assim como a construção do ginásio, o clube precisa aprovar projetos na Lei de Incentivo para manter seus projetos de esportes olímpicos fortes e independentes.
Atualmente temos o vôlei feminino com uma equipe adulta disputando a primeira divisão da modalidade. Pretende estender esse investimento para os homens?
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Antes de qualquer coisa temos que definir quais esportes vamos tratar como de rendimento, e quais trataremos como de participação. Temos a certeza que os esportes olímpicos do Fluminense precisam ser revitalizados. Será um trabalho árduo, afinal precisamos recuperar essa história linda e vencedora que o Fluminense, infelizmente, deixou para trás nos últimos anos.
SEDE SOCIAL
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Onde seria essa piscina exclusiva para os sócios? - PLANO DE GESTÃO
No mesmo local do Parque Aquático preservando as piscinas de treinamento e utilizando o espaço do bar da piscina. Vamos construir uma piscina com o bar em volta, separada das piscinas de treino, mas no mesmo espaço que o Fluminense tem hoje.
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Como seria possível viabilizar a ampliação do estacionamento do clube? PLANO DE GESTÃO
Existe um projeto antigo entregue ao fluminense. Ainda não deu andamento, mas ele existe. O principal dele é a suspensão das quadras de tênis e o estacionamento embaixo delas.
Ricardo Tenório será o vice-presidente geral de Mário BittencourtReprodução Facebook

O que fazer com o estádio de Laranjeiras agora que o clube irá se transferir totalmente para o Centro de treinamento?

Com a saída do futebol profissional para o CT da Barra, temos grandes planos para manter a estrutura das Laranjeiras em atividade. Primeiro, a base mandaria seus jogos lá, da mesma maneira que o time de futebol feminino (Os clubes serão obrigados a terem equipes de futebol feminino devido ao Profut). Além disso, queremos aproveitar aquele o espaço administrativo deixado pelo futebol, as salas, para criar um Museu, um Centro de Memórias do Fluminense. Desta maneira, os tricolores poderão passar um dia incrível nas Laranjeiras, assistindo aos jogos da base, vendo de perto nossos futuros craques e ainda conhecendo mais sobre a nossa história. O futebol profissional também marcaria presença, fazendo aquele último treino antes de jogos importantes, de clássicos, perto de nosso torcedor. Achamos que é fundamental os jogadores receberem essa energia da nossa torcida.

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FINANÇAS
É notável que o clube mudou seu jeito de encarar as dívidas na gestão Peter Siemsen. Pretende manter o modelo de pagamento de dívidas? Como sua gestão lidará com isso?
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Temos total compromisso com uma gestão responsável. O Fluminense continuará pagando suas dívidas caso sejamos eleitos. O mais importante é manter uma gestão responsável e um time forte, que brigue pelos títulos. Não podemos pensar apenas no aspecto financeiro. O Fluminense traz o futebol em seu nome e precisa fazer jus a sua história vitoriosa.
XERÉM
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Xerém é uma das melhores bases do Brasil e vem se destacando nos últimos anos vencendo campeonatos e revelando grandes atletas. Pretende manter o investimento, aumentar ou diminuir? Marcelo Teixeira continuará como comandante do trabalho em Xerém? Como sua gestão irá trabalhar com a venda de jogadores revelados em Xerém?
Xerém é uma prioridade em nossa gestão. Tanto que queremos que seja obrigatório um repasse para a base de um percentual em cada venda de jogador feita pelo Fluminense. Temos que realimentar o sistema. Nossa intenção é manter o bom trabalho que vem sendo feito e criar possibilidades para que ele seja ainda melhor. Para isso, vamos criar uma vice-presidência de futebol de base, dar independência operacional e melhorar as instalações de Xerém, igualando às do CT da Barra, com verba via Lei de Incentivo ao Esporte. Além dessas medidas, queremos aumentar o investimento nosso setor de captação de talentos, melhorar a integração com o futsal e criar a Agência Flu. Esta agência funcionaria como uma proteção para o clube com relação aos direitos dos atletas. Antes da ação dos empresários, nossas promessas seriam agenciadas pelo próprio clube. Quem for competente, seguirá. Vamos manter não só o Marcelo como quem tiver capacidade. Depende, claro, dele querer ficar."
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Pretende continuar com o projeto Flu-Samorim?
Pretendemos, mas precisamos assumir o clube para ver como a compra do Samorim foi feita e quanto falta para pagar. É um projeto bem interessante, que tem como finalidade a internacionalização da marca e a formação tática e educacional dos nossos atletas. Alocamos alguns jogadores nossos lá para que eles tenham um banho de cultura europeia. Gostaríamos de estender o projeto aos jogadores que jogam no Fluminense, não apenas para os que estão lá. Queremos que os que estão aqui se aproveitem desse modelo e possam crescer taticamente, intelectualmente e culturalmente. Acho que essa relação com o futebol europeu pode dar isso ao Fluminense.
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FUTEBOL PROFISSIONAL
Qual sua proposta para mudança do departamento de futebol?
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Queremos profissionalizar o departamento. O futebol do Fluminense precisa de ajustes e tanto eu quanto o meu vice, Ricardo Tenório, temos autoridade para falar sobre o assunto, pois fomos vice-presidentes por um bom tempo. Sabemos das necessidades do departamento e vamos saná-las. Toda a diretriz será dada pelo G7, um grupo consultivo que criaremos. Ele será formado por mim, pelo vice geral (Ricardo Tenório), por três vices do Conselho Diretor, eleitos em votação entre todos os vice-presidentes, e dois consultores externos: um de gestão corporativa e um de futebol, que é o Parreira. Queremos também voltar com a função de gerente de futebol, abaixo do diretor-executivo. E buscaremos alguém com experiência de campo, de vestiário. Esta pessoa será o elo dos jogadores com o diretor executivo e, por consequência, com o G7. Acho importante destacar a presença do Carlos Alberto Parreira nesse processo. Foi uma honra ter recebido o apoio dele ao nosso projeto. Será o cara que vai nos ajudar a planejar toda a parte estratégica com sua experiência.
Mário se afastou do cargo de advogado do clube para concorrer a presidênciaReprodução Facebook

Como irá trabalhar para conseguir concluir as obras no Centro de Treinamento

Primeiro temos que assumir o clube para saber quanto o Fluminense deve ao Pedro Antônio e quanto terá que investir para terminar as obras. Concluir as obras do CT será prioridade em nossa gestão.
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Irá manter o nome escolhido pelo presidente Peter para o CT?
Sim, sem dúvida. Já havia falado em outras entrevistas que, na minha opinião, este seria o nome que daria ao CT se fosse presidente. Falei antes mesmo de ser anunciado oficialmente. Nada mais justo com o Pedro Antônio. Um apaixonado pelo Fluminense, que fez muito pelo clube.
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Existe a possibilidade de manter Marcão como treinador em 2017?
Temos algumas ideias, alguns nomes em mente, mas acredito que agora não seja o momento de falarmos sobre isso. Antes de qualquer coisa, temos que apoiar quem está lá, no futebol. Queremos muito que o Fluminense conquiste uma vaga para a Libertadores do ano que vem. Aí, vencendo a eleição, sentamos e conversamos com todos.
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ESTÁDIO
Com o projeto de estádio apresentado, qual a expectativa de início da construção em si?
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É importante ser didático nesta questão de estádio. Até para não ficar vendendo sonhos para os tricolores. Não seríamos levianos com nossos torcedores. Antes de qualquer coisa, há alguns meses, contratamos profissionais renomados para fazer um estudo de viabilidade do projeto. Com isso, encomendamos um projeto de arquitetura com um dos maiores escritórios de do Brasil, responsável por fazer várias arenas da Copa de 2014, e, só com tudo pronto, apresentamos aos torcedores no lançamento de nossa candidatura. Desde o início deixamos claro que vamos em busca de parceiros para a construção de nossa casa. Temos um documento onde o clube pode exercer a prioridade de compra em um terreno na Barra da Tijuca, diferente do que foi divulgado pelo candidato da situação. Este terreno é desembaraçado e o Fluminense poderia começar a construir o estádio agora, se pudesse ou tivesse investidores e parceiros.
E tudo foi feito para o Fluminense, não apenas para ser utilizado caso sejamos eleitos. Ter nosso estádio próprio é viável. Não será simples nem fácil, mas trabalharemos muito para isso, sem esquecer do Maracanã. Queria deixar bem claro que vamos lutar pelos direitos do Fluminense na questão do Maracanã. O consórcio está devolvendo o contrato para o Estado, que está tentando repassar. Independentemente da decisão que for tomada neste caso, nosso papel será o de brigar pelo melhor contrato possível para o Fluminense. Até pelo fato que a construção de um estádio pode demorar alguns anos, desde a captação de recursos até as obras estarem concluídas. E até mesmo com a nossa casa pronta, pensamos que poderíamos mandar alguns jogos no Maracanã. A prioridade será o nosso estádio, mas nunca descartaremos o maior palco do futebol mundial.
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