Rio - Perto de negociar Wendel com o PSG, o Fluminense se vê refém de sua própria filosofia. Em grave crise financeira, o clube apostou nos jovens para montar o time de 2017 e, ao mesmo tempo, arrecadar dinheiro. O problema é que para fazer caixa, o Tricolor se enfraquece em campo e sofre.
Apesar de Wendel ficar até o fim do ano, o Fluminense perderá a sua principal revelação no ano e Abel Braga terá que peneirar novamente a base para encontrar um novo talento. Para piorar, a diretoria se vê obrigada a se desfazer de uma das principais promessas, por um valor abaixo do que desejava, para poder honrar seus compromissos.
Com déficit orçamentário de 2017 previsto para R$ 76 milhões e com o fim da janela de transferência europeia em agosto, o Fluminense se viu obrigado a vender Wendel por 10 milhões de euros (cerca de R$ 37 milhões).
A expectativa era negociá-lo por 15 milhões de euros (R$ 55,7 milhões). E, infelizmente, a opção por ceder na negociação não é exceção. Com Richarlison, o Fluminense esperava receber à vista os 12,5 milhões de euros (R$ 46 milhões). Entretanto, precisando vender, aceitou receber em duas parcelas, sendo uma em 2018. Para compensar a outra metade, se viu obrigado a pegar um empréstimo de cerca de R$ 11 milhões, o que está em fase final e atrapalhou os planos.
Só com metade do valor, a diretoria quitou um mês de salários e de direitos de imagem atrasados (ainda faltam três). Mas faltou pagar cerca de R$ 1,3 milhão ao Atibaia-SP — referente à primeira parcela — pela compra de Robinho. Por isso, o atacante ainda não foi regularizado. "A diretoria trabalha para que o jogador seja regularizado o quanto antes e fique à disposição", disse o clube em nota.