Rio - Poupado pela torcida no protesto no aeroporto, domingo passado, Henrique Dourado é um dos poucos jogadores com crédito em 2017. Ainda assim, não passou ileso no atual momento do Fluminense. Sobrecarregado desde a saída de Richarlison, o artilheiro do time no ano, com 28 gols, tem sido praticamente a única opção ofensiva e nem sempre consegue resolver.
Referência do outrora melhor ataque do futebol brasileiro, Dourado dividia com Richarlison o protagonismo. O camisa 9 era responsável por 26% dos gols do Fluminense, e Richarlison, 17%. Entretanto, com a saída do ex-companheiro para o futebol inglês, tudo mudou drasticamente.
Sem Richarlison, Dourado ficou sozinho na função de goleador e passou a ser responsável por 45% dos 11 gols marcados pelo Fluminense nos últimos 13 jogos.
"Não atribuo este momento pela saída do Richarlison. Sabemos que é um grande jogador, diferente. Era nossa válvula de escapa. Mas, quando o coletivo vai bem, o individual de cada um aparece. Ele e outros atletas se destacaram. Nós temos que voltar a ter esse coletivo forte", afirmou o camisa 9.
Além de perder o seu principal companheiro, Dourado também se viu isolado em campo. Com a má fase de alguns jogadores, as bolas pararam de chegar com frequência no ataque, o que vem dificultando mais a vida do centroavante, obrigado a recuar e fazer o pivô.
"Já estamos conversando para que a aproximação volte a acontecer, o que não vinha sendo feito", disse o centroavante, negando que os atrasos de salário e de direitos de imagem estejam influenciando o rendimento dentro de campo. "Querem achar uma desculpa. Quando se entra em campo, não tem que colocar isso em pauta. A diretoria tem feito esforço e não tem influenciado nossa cabeça."