Rio - Pablo Dyego precisou de apenas dois minutos para cair nas graças dos tricolores. E não fosse o travessão, o jovem de 24 anos sairia do Maracanã em estado de graça, carregado nos ombros da torcida, com direito a placa. Sem exageros. Na vitória do Fluminense por 3 a 0 sobre o Nacional Potosí-BOL, no Maracanã, o camisa 7 foi decisivo para o time largar na frente no primeiro duelo da Copa Sul-Americana. Ele foi o responsável direto pelos dois primeiros gols, que deram tranquilidade ao time. No jogo de volta, dia 10 de maio, na altitude de 4.067 de Potosí, o Flu poderá perder por até dois gols de diferença para seguir em frente.
"O mais importante foi ajudar o Fluminense. Eles estavam muito fechados, vieram pra empatar, mas conseguimos encontrar o caminho do gol", disse o herói da noite.
Contra o quarto colocado do Grupo B do Campeonato Boliviano, o Fluminense teve o controle absoluto do jogo desde o pontapé inicial. Mas o time teve dificuldade demais para envolver o adversário. A bola ia de uma lateral a outra — com Sornoza carimbando todas as jogadas —, mas o chute a gol não saía. Na melhor chance no primeiro tempo, o goleiro Romero fez uma defesa de puro reflexo em cabeçada de Gum. No mais, muita cera por parte do Nacional Potosí, típica de um time que conhece a própria inferioridade técnica, apostando em um empate milagroso em pleno Maracanã.
Na volta para o segundo tempo, Abel preferiu não mexer no time e a postura tricolor continuou a mesma. Pouca criatividade no ataque, apesar da posse de bola soberana — o Flu teve 68%, contra 32% dos bolivianos. Foi então que o treinador resolver mexer. Em todos os sentidos. mexer na equipe, no comportamento, na postura. Aos 25 minutos, a placa do quarto árbitro subiu para sinalizar a entrada de Pablo Dyego e a saída de Marcos Junior.
O torcedor que estava se perguntando "quem é Pablo Dyego?" teve uma resposta instantânea. Aos 27, ele aproveitou toque de cabeça de Renato Chaves e, de chapa, abriu o placar. Aos 32, o momento da quase consagração. Recebeu a bola na área, deu um chapéu no zagueiro e emendou uma bicicleta. Por um capricho do futebol, a bola encontrou o travessão. Mas o Flu já havia encontrado a solução.
Aos 34, Pablo Dyego cavou a expulsão de Alaca, que já tinha o amarelo. Na cobrança da falta, Sornoza achou a cabeça de Gum, que fez o segundo. Para fechar, Pedro, de pênalti, marcou o terceiro aos 43. Se não fosse Pablo Dyego...
FICHA TÉCNICA
FLUMINENSE 3 X 0 NACIONAL POTOSÍ-BOL
Local: Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Nicolás Gallo-COL
Auxiliares: Eduardo Díaz e John León-COL
Gols: Pablo Dyego, aos 27min, Gum, aos 36min, Pedro, aos 42min do segundo tempo
Cartões amarelo: Jadson e Gum (FLU) Galvis e Reina, Romero (NPO)
Cartão vermelho: Alaca (NPO)
Fluminense: Júlio César; Renato Chaves, Gum e Ibañez; Gilberto, Richard, Jadson (Matheus Alessandro), Sornoza e Ayrton Lucas; Marcos Jr (Pablo Dyego) e Pedro / Técnico: Abel Braga
Nacional Potosí : Romero; Torres, Montenegro, Galain e Alaca; Galvis, Salazar, Pérez e Flores; Piñero e Reina / Técnico: Pérez Garcia
