Mário ouviu um não da CBF  - Divulgação
Mário ouviu um não da CBF Divulgação
Por HUGO PERRUSO
Advogado, Mário Bittencourt se candidata à presidência do Fluminense pela segunda vez. Aos 40 anos, atuou no julgamento da Portuguesa no STJD, que evitou o rebaixamento tricolor em 2013. Vice de futebol entre 2014 e 2016, faz parte da chapa 'Tantas vezes campeão', com Celso Barros, ex-presidente da Unimed, como vice geral.
O DIA: Por que ser presidente do Fluminense?
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MÁRIO BITTENCOURT: Para trazer de volta o espírito vencedor que já nos deu tantos títulos. De minha parte, podem esperar um tricolor apaixonado e um presidente que tem história e que conhece o clube por dentro. Precisamos recolocar o Fluminense no topo, que é o lugar que merece estar e de onde nunca deveria ter saído. Com Celso Barros cuidando do futebol, teremos experiência na condução. Com ele à frente da principal patrocinadora e participando de todas as decisões importantes, fomos campeões brasileiros duas vezes, vencemos uma Copa do Brasil, três estaduais, estivemos em uma final da Libertadores e uma da Sul-Americana.

O que muda ao assumir no meio do ano? Dá para fazer mudanças drásticas?
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Enfrentaremos uma situação complicada, de assumir o clube com mais de 20% dos jogos do Brasileiro disputados. Nosso trabalho vai ser o de fortalecer a estrutura do departamento de futebol. O Fluminense é um time gigante que precisa vencer. A ideia é trazer grandes jogadores.

Como resolver a grave situação financeira do clube para 2019? É possível manter os salários em dia até o fim do ano?
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É obrigação manter os salários em dia. Nós vamos nos esforçar muito para isso. Novas receitas vão entrar, especialmente porque vamos fazer um trabalho de emergência, tentar parcelar, principalmente as dívidas trabalhistas, para termos fluxo de caixa e voltar a pagar às pessoas. Para os próximos anos, a filosofia será a mesma e, a partir daí, esperamos ter resolvido a situação financeira do clube. Outra medida fundamental é dar transparência e reforçar a governança.

Por que o Fluminense não consegue patrocinador master? É possível acertar com alguém ainda este ano?
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O Fluminense não consegue porque não tem credibilidade. É possível acertar com alguns patrocinadores este ano. O Fluminense não pode pensar em ter só uma marca estampada em suas propriedades. Quando a gente fala de patrocinador master só pensa em camisa, mas tem placas de publicidade do estádio, do CT, tem outras partes do uniforme. É importante que a gente pense nisso tudo.

Parte da torcida quer focar no futebol. Vai investir nos esportes olímpicos?
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Antes de qualquer coisa, o Fluminense é Football Club, 95% das receitas são destinadas ao futebol e assim continuarão sendo. Mas vamos dar aos nossos esportes olímpicos condições de autossustentabilidade, por meio de leis de incentivos que são próprias para isso. Uma coisa não atrapalha a outra. O que não vai acontecer nunca é tirar receita do futebol para colocar em outros setores, que têm de ser sustentáveis. E o nosso trabalho é manter os esportes olímpicos sustentáveis usando as leis de incentivo ao esporte e patrocínios específicos.

Que análise faz do trabalho de Fernando Diniz?
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Até o momento é muito bom, eu e o Celso temos gostado muito. Mas futebol é resultado e a gente espera que apareçam para que ele possa dar continuidade ao bom trabalho que vem fazendo.

Pretende fazer contratações de imediato?
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Se houver possibilidade, sim, apesar de que vamos chegar com mais de sete rodadas, o que dificulta a contratação de jogador da Série A.
Como fazer a torcida voltar a ir aos jogos?
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Principalmente trazendo de volta a alma do Fluminense e grandes jogadores. A torcida gosta de bons times, de ídolos, que representem o Fluminense.

Qual o projeto para o sócio-torcedor?
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É um plano muito extenso, foi baseado nos planos do Benfica, Sporting e Palmeiras, com muitas ações. Uma proposta muito interessante é o programa de pontuação, ou seja, todas as vezes que o sócio-futebol adquirir produtos do Fluminense ou for aos jogos ele receberá pontos. Aí ele troca por novas experiências e novos produtos. É um sistema que gera interesse do sócio. Também há previsão de direito a descontos em estabelecimentos comerciais ou de ensino. Nossa intenção é que haja adesão e que o torcedor permaneça como sócio. E queremos implementar a opção para o sócio- futebol investir em Xerém, na categoria de base.
Qual a importância de Xerém e o que pensa para melhorar a estrutura?
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Xerém é a nossa joia, é muito importante para o futuro do clube e a gente pensa em melhorar a estrutura cada vez mais, especificamente em direcionar recursos que podem ser provenientes da lei de incentivos ao esporte. E pretendemos encaminhar percentual das receitas das vendas dos atletas de Xerém para a própria base.

Como vê a gestão do Maracanã? Pretende manter a parceria com o Flamengo?
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Sou favorável à gestão em parceria, mesmo a longo prazo, desde que se estabeleça uma igualdade de condições. Estaremos sempre em igualdade de condições. Pode ter certeza disso. Se bem administrada, essa gestão pode trazer muitas receitas para o Fluminense.

Pretende utilizar o projeto de revitalização de Laranjeiras?
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Se possível, vamos revitalizar Laranjeiras para jogos de menor porte. Nesse momento, nossa ideia é o Maracanã e, se possível, a revitalização das Laranjeiras. Mas não descartamos a ideia de um estádio próprio, desde que seja factível. Ainda vamos estudar o assunto com cautela, de forma totalmente técnica.