Torcida do Fluminense - Luciano Belford/Agência O Dia
Torcida do FluminenseLuciano Belford/Agência O Dia
Por Lance
Rio - Em um ano de altos e baixo em que terminou o Campeonato Brasileiro brigando na parte de baixo da tabela, o Fluminense não pode reclamar em relação a um aspecto: o apoio da torcida. O time terminou 2019 com a décima melhor média de público entre os times da Série A, o que se transformou em uma maior arrecadação com bilheteria. Se em 2018, o clube registrou um ganho de R$ 10,8 milhões, no ano passado, o valor passou para R$ 16,4 milhões.

A evolução nos números com a venda de ingressos nas partidas, no entanto, pode ser prejudicada pela paralisação do futebol em decorrência da pandemia do coronavírus. Até a pausa das competições, no final de março, o Tricolor já havia acumulado R$ 1.618.738,01 de prejuízo, em 13 jogos. A explicação reside no fato de que, em alguns jogos como visitante, o clube ter ajudado a arcar com os gastos (Cabofriense, Bangu e Vasco) e em outros, ter dividido o lucro (Flamengo e Moto Club). Até a pausa, a média de público estava em 16.255 pagantes. O maior deles foi no clássico contra o Flamengo na semifinal do Campeonato Carioca, que levou 53.571 pagantes ao Maracanã.

Caso os campeonatos retornem sem público, como proposto por alguns dirigentes, o estádio vazio pode ser um balde de água fria nos planos do tricolor de fazer decolar o programa de sócio-torcedor. No balanço financeiro divulgado na última quinta, os números já haviam tido um crescimento muito pequeno em um ano, passando de R$ 5,2 milhões para R$ 5,3 milhões em arrecadação com os planos de sócio.

No documento, o clube mencionou o impacto que a pandemia pode representar nas demonstrações financeiras futuras. Além da redução da receita com a bilheteria, foram feitas previsões pessimistas nas receitas com patrocínios e direitos de transmissão. Apesar dos prejuízos no horizonte, o Fluminense defende que o esporte só seja retomado quando as autoridades de saúde entenderem que é seguro.

Antes da apresentação dos números, o presidente Mário Bittencourt havia prometido a elaboração de um orçamento "mais realista e equilibrado". Em carta divulgada aos tricolores, o mandatário culpou administrações anteriores por terem deixado um clube "dilacerado" e com "rastros de decisões mal tomadas".