Fernando Diniz é o técnico do FluminenseMarcelo Gonçalves/Fluminense

Rio - Fernando Diniz contou que o elenco do Fluminense teve participação na reintegração de John Kennedy, que ficou um período afastado por indisciplina. Na coletiva de imprensa desta quarta-feira, 22, o treinador destacou que o atacante é muito querido pelo grupo. Além disso, pontou que o ato fez o camisa 9 se sentir acolhido.   
"Passa (pelos atletas), porque assim, o ambiente que foi criado dessa vez com o erro que teve... E o ano passado também passou quando precisou passar e outras questões aqui, é uma coisa compartilhada com os atletas e para ter uma harmonia. Não adianta trazer e ter uma rejeição gigante daquilo. Então, foi uma coisa construída com os jogadores de uma maneira muito bonita, a volta do John Kennedy", contou Fernando Diniz.
"Ele é um menino muito querido pelos jogadores. Não tem porque você abrir mão da participação dos jogadores. Isso é um ato de extrema inteligência da gente de fazer com que os jogadores participem do retorno dele para ele se sentir acolhido. John Kennedy precisa da ajuda de todo mundo, e ele precisa ajudar todo mundo. Então, ele voltou de uma maneira muito forte, da melhor maneira possível. Não foi uma coisa impositiva, foi uma coisa construída com muita gente participando", completou.
John Kennedy marcou na vitória do Fluminense sobre o Sampaio Corrêa - Marcelo Gonçalves/Fluminense
John Kennedy marcou na vitória do Fluminense sobre o Sampaio CorrêaMarcelo Gonçalves/Fluminense
O atleta havia sido afastado no fim de abril junto a Kauã Elias, Arthur e Alexsander pela participação em uma festa na concentração do Fluminense antes do clássico com o Vasco.
No período, o atacante voltou a cometer indisciplina. Ele faltou um treino e se atrasou por mais de uma hora para outra atividade do clube. O Flu, então, o afastou por tempo indeterminado, enquanto reintegrou Kauã Elias, Arthur e Alexsander.
No dia 12 deste mês, o Tricolor informou que John Kennedy estava reintegrado ao elenco. Assim, o atacante participou dos jogos contra: o São Paulo (Brasileirão); o Cerro Porteño (Libertadores) e o Sampaio Corrêa (Copa do Brasil).
Abraço entre Fernando Diniz e John Kennedy após o título da Libertadores - Lucas Mercon/Fluminense
Abraço entre Fernando Diniz e John Kennedy após o título da LibertadoresLucas Mercon/Fluminense
"O John Kennedy para nós e para mim, em especial, é um motivo de alegria o retorno dele. É mais uma oportunidade que a vida dá pra ele e dá pra gente também, que é nessa relação que ele está se construindo. E é muito difícil também ser o John Kennedy, porque atrás do John Kennedy tem uma história difícil e diferente, que talvez vocês não tenham acesso. Para isso, precisa conhecer o John Kennedy e conversar com ele. Acho que eu já conversei com o John Kennedy mais de 50 vezes. E a gente sempre quer, de fato, estender a mão e tentar ajudar. E é uma relação que tem também muitas mãos ajudando. E o que a gente tenta fazer e o trabalho, de fato, meu pilar central, é na condição humana dos jogadores", ressaltou Diniz.
"É uma pessoa que joga futebol, não é uma máquina que joga. E eles trazem dos seus lares... A maioria deles tem uma fragilidade emocional muito grande. Às vezes uma aparente fortaleza, mas quando você se depara com o jogador e vai buscar um pouco mais a sua intimidade, você vê que ali tem um vazio que precisa ser sempre enchido. Eu sempre falo isso: o futebol brasileiro é muito carente em relação a essa tensão que a gente tem que ter. O problema é muito mais psicossocial do que tático, técnico e físico, e a gente tem um olhar muito distorcido para isso", completou.
Na noite desta quarta-feira, 22, o atacante entrou em campo durante o segundo tempo e marcou na vitória do Fluminense sobre o Sampaio Corrêa por 2 a 0. Este foi o primeiro gol do atacante desde que retornou após o período afastado.
"Existem outros tantos 'John Kennedys' por aí que vão se perdendo. No Fluminense, já houve alguns aqui que se perderam, e a gente quer oferecer a condição para o John Kennedy de fato se reencontrar consigo mesmo e ter uma vida. Não é uma vida como jogador, é uma vida como pessoa. O meu interesse maior no jogador, é que ele performe agora, mas que ele tenha uma vida. Depois dos 35 anos, o que que vai ser? O que eu desejo pro jogador é que ele tenha um filho como eu, um filho que se forme em medicina no futuro. É uma preocupação que está dentro de mim. Estou muito feliz que o John Kennedy está aí e com mais essa chance", finalizou Diniz.