Talles MagnoDaniel Castelo Branco
"O racismo é uma questão muito importante e muitas pessoas ainda não têm conhecimento. Eu busco aprender a cada dia e me posicionar. Sou negro, minha família é toda negra. Acho importante as pessoas verem que não basta não ser racista, temos que ser antirracistas. O que acontecer nesse mundo de racismo e chegar até mim eu vou tentar me colocar no lugar da pessoa, postar algo, mostrar que não tem diferença, somos as mesmas coisas. É difícil, espero que isso diminua cada vez mais. As pessoas tem que batalhar para conquistar as coisas e essa batalha vem sendo complicada para os negros, mas espero que todos consigam chegar no pódio dessa vida. Vidas negras importam, sim."
Apesar de não ter vivido na pele no futebol, Talles relembrou o caso de racismo sofrido pelo amigo Matheus Miranda em 2019, quando ele marcou o gol que garantiu a vitória do Sub-20 do Vasco sobre o Independiente, da Argentina. Na época, o zagueiro, que denunciou o caso à polícia, relatou ter sido ofendido por dois jogadores da equipe argentina. Um teria lhe chamado de "macaco", o outro de "negro imundo". Após balançar a rede, o jovem foi para a câmera e falou "macaco, não. Eu tenho orgulho da minha pele. Respeito".
"Comigo nunca aconteceu, mas já aconteceu com companheiros meus. Acho que está mudando, estamos conseguindo tirar o racismo do futebol e do mundo. Espero que possa continuar assim, as pessoas falando sobre isso, se colocando no lugar, de fato dialogando sobre isso. Não é legal, todos sabem. Aconteceu com o Matheus Miranda, meu amigo. Ele fez o gol e foi na câmera. Acho que foi a pessoa mais próxima de mim que já aconteceu. Me coloquei no lugar dele, dei todo apoio. O Vasco é um dos principais nessa causa. Que venha diminuindo isso e daqui há um tempo possa acabar no futebol", lembrou.
"Não tive tantos (treinadores negros na carreira). O Marcão com certeza é um exemplo. Espero que mais negros possam estar treinando grandes equipes. Já tive treinadores negros na base, o Vinicius Almada, por exemplo. Acho que não pode ter tanta diferença assim. Os negros têm menos oportunidades para chegar a ser treinador, mas isso está mudando graças a Deus", completou.
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