Por fabio.klotz

Rio - Carlos Alberto foi absolvido por 4 votos a 1, nesta quarta-feira, em julgamento por doping no Tribunal de Justiça Desportiva do Rio (TJD/RJ) e escapou de levar gancho. A procuradoria pode recorrer da decisão. O meia do Vasco estava suspenso preventivamente por ter sido flagrado em exame antidoping no jogo contra o Fluminense. Na ocasião, as substâncias hidroclorotiazida e carboxi-tamoxifeno (metabólico do tamoxifeno), proibidas pela Comissão de Controle de Doping da CBF, foram encontradas no organismo do jogador.

Carlos Alberto foi julgado pelo TJD/RJCarlos Moraes / Agência O Dia

A defesa de Carlos Alberto alegou contaminação na medicação que o atleta faz uso regularmente. Além disso, a carreira do meia foi usada como argumento para mostrar o passado sem histórico de problema com doping do jogador do Vasco.

O julgamento do meia Carlos Alberto começou com 30 minutos de atraso. A sessão foi aberta pelo presidente Raphael Domenech e o relator Nilsonmaro de Souza Rodrigues iniciou a leitura do seu relatório. Antes do depoimento do atleta, a defesa do jogador, elaborada pela Luciana Lopes, ouviu as seguintes testemunhas: o bioquímico dr. Cameron, o médico Bruno Borges da Fonseca e o chefe do departamento médico do Vasco, Clóvis Munhoz.
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Depois, o próprio jogador foi convidado a realizar a sua defesa. Com a palavra, Carlos Alberto exaltou a sua postura durante a carreira como jogador de futebol, com nenhum caso de doping registrado.
"Eu me tornei atleta profissional em 2000 e fui formado pelo Fluminense. Depois, fui para o Porto, de Portugal, onde conquistei alguns títulos, entre eles Liga dos Campeões e Mundial de Clubes. Depois disso fui para o Corinthians, onde me tornei campeão brasileiro. Depois, novamente, voltei ao Fluminense, onde fui campeão da Copa do Brasil e, anteriormente, tendo sido campeão carioca. Depois fui para o futebol alemão. Depois, São Paulo. Depois, Botafogo, Vasco da Gama, onde fui campeão brasileiro da Série B. Depois fui para o Grêmio, depois Bahia e, finalmente, retornando ao Vasco", disse, o jogador, que contou como foi o exame na partida contra o Tricolor Carioca.
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"Cheguei ao local acompanhado do Renato Silva, que também foi sorteado, além dos outros dois do Fluminense. O dr. Albino era o médico responsável do Vasco naquele dia. Escolhi o frasco e não consegui realizar a urina totalmente, já que agora o volume aumentou. Não me recordo exatamente o quanto eu fiz, só sei que não consegui completar. Depois eu fui tomar banho e o Albino ficou com o pessoal da dopagem na mesa. O frasco ficou aberto com a quantidade que eu fiz. Voltei do banho, troquei de lugar com o Albino e fiz o resto da urina", contou Carlos Alberto.
Depois do pronunciamento do jogador, a advogada de defesa continuou apresentando as teses para a absolvição do atleta, depois o julgamento teve uma paralisação e retornou com a palavra dada ao relator que deferiu as provas de defesa.
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Novamente com a palavra, a advogada elaborou a tese de que a substância encontrada na urina do jogador não teria nenhum efeito positivo em termos de performance. Depois, Luciana passou a dar exemplos casos semelhantes que foram absolvidos, caso do nadador Cesar Cielo e do volante Bida do Atlético-GO.
"Ele sempre levou para o seu clube a medicação e o clube autorizou. O atleta não pode ser considerado culpado neste caso. No caso Cielo, levou-se em consideração a trajetória de campeão do atleta. Neste caso, também temos um atleta campeão aqui", afirmou.
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Carlos Alberto foi absolvido por maioria dos votos: 4 a 1.
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