Por pedro.logato
Rio - A filha, Iara, é brasileira, tem seis anos e um dos principais motivos para Julio dos Santos ter decidido voltar a atuar no país. Tanto que o paraguaio, destaque do Cerro Porteño e artilheiro da última Libertadores, com cinco gols, carrega no braço a data do nascimento da menina. Mas 2008 não guardou apenas boas lembranças. Dentro de campo, o jogador sabe que deixou a desejar nas passagens apagadas por Grêmio e Atlético-PR, e quer acabar com a fama de atuar bem apenas em ‘casa’. Com dois anos de contrato com o Vasco, o meia vestiu a camisa ontem, em Pinheiral, e espera dias de sucesso.
Com 31 anos%2C Julio dos Santos estava no Cerro PorteñoErnesto Carriço

“Tenho uma filha brasileira, minha esposa gosta daqui e não podia deixar passar essa chance. Quero provar o meu valor”, afirmou o apoiador, que guarda também outras três datas. “São momentos importantes que vivi. Todos particulares. Posso dizer que essa última foi em homenagem à Iara”, disse, apontando o dia 8 de novembro de 2008.

A vontade de ir bem no Brasil é tanta que Julio dos Santos, que tinha contrato até o meio do ano, abriu mão de receber uma dívida de cerca de R$ 2 milhões do Cerro Porteño para ser liberado. Aos 31 anos, o jogador tem certeza que é o momento certo de voltar. Ao Vasco coube apenas o pagamento de uma pequena luva (não divulgado).
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“Saí com muita vontade de voltar, pois sei que antes não foi como eu queria. Cheguei machucado no Grêmio e não pude mostrar o meu futebol. O Vasco me deu essa chance e não pensei duas vezes”, ressaltou. Após a decepção no Brasil, Julio voltou para o clube paraguaio, onde foi revelado, e ficou por cinco temporadas.
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Lá, nas duas passagens, ele conquistou quatro títulos nacionais, disputou 375 partidas (é o atleta que mais vestiu a camisa 10) e marcou 88 gols, sendo o segundo maior artilheiro do Cerro. Julio, entretanto, prefere ser o maestro do time.
“Não vou ser o artilheiro sempre. Sou um meia que gosta de atuar na criação das jogadas”, explicou Julio, que chamou atenção pelo excesso de sinceridade na sua primeira entrevista: “Não vou mentir, não sou um jogador rápido. Meu forte é a técnica. Foi isso que me levou à Europa, à seleção e ao Cerro Porteño. Não vou ficar falando que sou de raça, pois meu jogo quase todo é na parte técnica.”