Rio - A ação do Ministério Público que pediu o afastamento de Eurico Miranda irritou muito a atuação gestão do clube carioca. Em nota oficial, a diretoria criticou e acusou a Rede Globo de atuar em "conluio" em um "movimento golpista" contra o presidente do Gigante da Colina.
Na última quinta-feira, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) pediu o afastamento imediato do presidente do Vasco, Eurico Miranda, do seu vice, Silvio Aquiles Hildebrando Godoi, e de toda a diretoria do clube. De acordo com o órgão, houve uma "conivência dos dirigentes" com a torcida organizada Força Jovem, que, mesmo banida pela Justiça dos estádios desde 2014, tinha permissão para frequentar as partidas do Vasco.
A Justiça do Rio negou o pedido do MP, mas o juiz Guilherme Schilling Pollo Duarte, do Juizado Especial do Torcedor e dos Grandes Eventos, decidiu ouvir os dirigentes antes de tomar qualquer decisão. Os dirigentes têm 10 dias para se manifestarem. De acordo com o magistrado, é "necessária a justificação prévia do clube réu (Vasco) antes da formação do juízo de convicção quanto ao pedido liminar (afastamento)".
Confira a nota oficial da diretoria do Vasco:
"A Rede Globo fará nas próximas horas nova tentativa de estabelecer um vínculo umbilical entre a Diretoria do Vasco e uma torcida organizada específica, a Força Jovem. O objetivo é alimentar a absurda ação movida pelo Ministério Público pela destituição dos dirigentes do clube, pressionando o Juízo, que proferirá decisão após a apresentação da manifestação do Vasco no processo.
Desta vez, a Rede Globo utilizará imagens feitas no dia de convenção de lançamento de candidatura. Como se sabe, mais de 1500 pessoas se reuniram na Casa Trás os Montes e Alto Douro e em suas imediações. Por questões de capacidade do salão, muitos ficaram do lado de fora. A imprensa convencional reporta o acontecimento de desentendimento entre aqueles que não conseguiram entrar no evento. O que a Rede Globo pretende fazer é associar à diretoria do clube aqueles que se envolveram na confusão, vinculando estes a tal torcida organizada.
Em primeiro lugar, cabe lembrar que uma das medidas preliminares desta gestão foi acabar com todas as salas de torcidas que existiam em São Januário. Antes de completar o primeiro semestre desta gestão, o procedimento já estava concluído. Quem pretende agir em conluio, ou proteger, torcedores organizados jamais tomaria tal atitude.
Outra ação foi abolir a distribuição de ingressos gratuitos para torcedores organizados. O Vasco não cede ingresso a torcedor algum. Todos são cobrados. Quem pretende agir em conluio, ou proteger, torcedores organizados jamais tomaria tal atitude.
Também é saudável destacar que o único envolvimento desta diretoria diretamente com a Torcida Força Jovem foi a cessão do ginásio do clube para realização de uma eleição que, em tese, teve por objetivo pacificar o grupo. A supervisão desta eleição, bem como a negociação para a realização do pleito em São Januário, foram feitas pelo Grupamento Especial de Policiamento de Estádios – GEPE.
Em que pese o Vasco ter requerido a abertura de inquérito policial na 17ª DP a fim de colaborar com a apuração dos fatos ocorridos após o jogo Vasco x Flamengo, tal inquérito jamais recebeu do GEPE ou do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro a necessária contribuição ou consulta no sentido de fazer com que tivesse o desfecho desejado, identificação e punição dos responsáveis. Muito pelo contrário, tanto o MP quanto o GEPE não se mostram entusiasmados com a investigação referente àquele episódio, preferindo movimentar algo paralelo e com objetivo claro de criminalizar a diretoria do clube.
Especificamente em relação ao desentendimento entre torcedores acontecido após a realização de convenção nos arredores da Casa Trás os Montes e Alto Douro, o Vasco repudia com veemência episódios de violência, que devem desaparecer não apenas do mundo dos esportes, mas da sociedade em geral, por outro está claro que as opções políticas são livres. Não há como escolher quem nos apóia. Ainda que isso fosse o desejável. Não há como negar o direito de ir e vir e o direito à livre manifestação.
O Vasco mantém com suas torcidas organizadas relação institucional. Sua diretoria ainda acredita na chance de recuperar a essência destes grupos, criados para a promoção de festas em jogos de futebol, não para serem o abrigo de marginalidade.
Desta forma, parece que esta nova matéria da Rede Globo será repleta de ilações requentadas e suposições vazias, mais uma vez. Contudo, como a ideia é manter até 7 de novembro a aura de vilania sobre a diretoria, influenciando o judiciário, influenciando a opinião pública e influenciando o quadro associativo do clube, tudo indica que mais uma matéria falaciosa irá ao ar.
Portanto, vale recomendar atenção aos vascaínos para o movimento golpista que se desenvolve no já conhecido vale das sombras. Precisamos vencer o golpismo e a imposição de vontades de fora para dentro para que a vocação democrática do Vasco prevaleça."