Ministro da Educação, Milton Ribeiro - Isac Nóbrega/PR
Ministro da Educação, Milton RibeiroIsac Nóbrega/PR
Por IG - Último Segundo

O Ministério da Educação (MEC) voltou atrás e vai revogar a portaria que determinava a volta das aulas presenciais em universidades federais a partir de 4 de janeiro de 2021, disse o ministro à CNN.

Após a publicação da portaria no Diário Oficial da União, o ministério foi criticado por universidades que se recusaram a voltar às aulas presenciais por julgarem não ser o momento mais adequado.

"Quero abrir uma consulta pública para ouvir o mundo acadêmico. As escolas não estavam preparadas, faltava planejamento", afirmou o ministro Milton Ribeiro.

Ele também disse que consultou mantenedores de universidades antes de publicar a portaria de hoje e que não esperava tanta resistência. "A sociedade está preocupada, quero ser sensível ao sentimento da população", complementou.

Segundo o ministro, a pasta deverá liberar o retorno presencial quando as instituições estiverem confiantes de que as aulas podem ocorrer em segurança.

SEM ACATAR DECISÃO

Mesmo com a portaria - que iria mas não foi - reitores de universidades federais não acatariam a decisão do MEC que determinava a volta às aulas presenciais nas instituições federais de ensino a partir de 4 de janeiro de 2021.

Os reitores defendem que o retorno presencial só deve ocorrer se a situação local da pandemia permitir, e se houver segurança para garantir que não haja aumento nas transmissões do coronavírus, informou o G1.

"A Universidade de Brasília reitera que não colocará em risco a saúde de sua comunidade", afirmou a instituição, em nota.

Em nota, a União Nacional dos Estudantes (UNE), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e a Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG) disseram que a portaria é uma "atitude irresponsável, equivocada e que atenta contra a vida do povo brasileiro."

"A retomada de atividades presenciais significaria uma verdadeira migração de milhões de estudantes, que em grande parte se encontram em regiões e/ou municípios distantes de seu local de estudo. Somado à circulação cotidiana em ambientes fechados nos campi e prédios das universidades, os riscos de contaminação e proliferação do vírus são altíssimos", afirmou o texto.

É importante destacar que a volta às atividades presenciais colocará em circulação mais de 2,3 milhões de pessoas, entre alunos, professores e técnicos, segundo dados do próprio MEC.

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