Em Itaguaí, número de mortes registradas aumenta: agora são 96 no total
População desconhece condições de atendimento do hospital de campanha
Interior do hospital de campanha: não se sabe se equipamento apresenta boas condições para atender populaçãoReprodução internet - Prefeitura Municipal de Itaguaí
Por Jupy Junior
ITAGUAÍ – No dia 31 de julho, o boletim sobre Covid-19 foi publicado na página da rede social Facebook da Prefeitura de Itaguaí como acontece todos os dias. Nele, o total de mortes em decorrência da doença: 87. Seis dias depois, outro boletim, mas o número de mortes mudou: passou para 96. São nove mortes a mais, antes que se completasse uma semana. Em julho, o total de mortes no mês inteiro foi de oito: o boletim de 1º de julho registrou 79 mortes até aquele momento e o do último dia do mês marcou 87. Segundo informações da prefeitura, o número não quer dizer que as pessoas morreram todas nessa semana, e sim que as mortes suspeitas do passado foram confirmadas e adicionadas ao total geral.
PODER PÚBLICO E POPULAÇÃO A escalada de mortes por Covid-19 em Itaguaí reflete um contexto que envolve poder público, população, informação e desinformação.
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Quanto ao poder público, não há informações precisas sobre a estrutura à disposição das pessoas para o enfrentamento da doença. No dia 13 de julho, quando o boletim oficial anotava 82 mortes por Covid-19, o secretário de Saúde Carlos Zóia disse em vídeo publicado no Facebook da prefeitura que o hospital de campanha era um “local é totalmente improvisado, sem circulação de ar, sem central de gás. Os monitores são obsoletos, cilindros estão sem válvulas e sem fluxômetro”. Disse ainda: “o local está muito aquém do que precisamos para atender pacientes”.
Carlos Zóia, secretário de Saúde, disse no dia 13 de julho que hospital de campanha era "improvisado" - Reprodução internet - Prefeitura Municipal de Itaguaí
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A reportagem pediu à prefeitura atualização sobre as condições do hospital de campanha e providências tomadas, mas não obteve resposta.
Quanto à população, quer seja por desinformação ou descrença em relação ao potencial letal da doença, algumas pessoas agem de forma a contribuir com a disseminação do vírus. Muitos usam máscara somente quando entram em lojas ou ambientes fechados e as retiram, deixando-as no queixo no penduradas na orelha. Também há desrespeito quanto ao distanciamento social em filas e no transporte público, conforme flagrantes recentes publicados por O DIA.