Ao todo 25 mandados são cumpridos em quatro estados.  - Divulgação/PF
Ao todo 25 mandados são cumpridos em quatro estados. Divulgação/PF
Por Bertha Muniz
 
MACAÉ- Policiais federais cumprem, nesta quarta-feira (23), mandados de busca e apreensão na operação Boeman, a 75ª fase da Operação Lava Jato. De acordo com a PF, são 20 mandados no Rio de Janeiro (RJ), dois em Macaé, na Região Norte Fluminense do Estado, além de um em São Paulo (SP), um em Aracaju (SE) e um em Barra dos Coqueiros (SE).
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A Justiça também expediu ordens de bloqueio de valores. A operação investiga contratos firmados por empresas do Grupo Seadrill, entre os quais contratos celebrados em 2011 pela empresa Sapura, com a Petrobras para o fornecimento de três navios lançadores de linha (PLSV), vigentes até os dias atuais.

Segundo a Polícia Federal (PF), as medidas são resultado de informações repassadas em acordo de colaboração premiada de lobistas que atuavam junto a funcionários da Petrobras e a políticos com influência na estatal.

As provas apresentadas pelos colaboradores mostram indícios de corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro durante processo de contratação de navios lançadores de linha (PLSV) pela Petrobras.

Segundo a PF, um dos investigados teve acesso a informações privilegiadas da estatal para ter vantagens no processo licitatório. Investigações feitas por autoridades holandesas também teriam constatado ilegalidades no fornecimento desses navios.

As empresas estrangeiras vencedoras da licitação, posteriormente, subcontrataram uma companhia holandesa para execução do serviço licitado. A companhia holandesa contratada era representada por um empresário brasileiro.

Os mandados de busca e apreensão têm por objetivo cessar a atividade criminosa, aprofundar o rastreamento dos recursos de origem criminosa (propina) e concluir a investigação policial.
Em nota, a Petrobras informou que vem colaborando com as investigações desde 2014, que atua como coautora do Ministério Público Federal e da União em 18 ações de improbidade administrativa em andamento, além de ser assistente de acusação em 71 ações penais. "A companhia é reconhecida pelo próprio Ministério Público Federal e pelo Supremo Tribunal como vítima dos crimes desvendados", declarou. A empresa já foi ressarcida em mais de R$ 4,6 bilhões, "incluindo valores que foram repatriados da Suíça por autoridades públicas brasileiras", concluiu.