Ambulatório de doenças falciformes de Magé está visitando quilombos da cidade.Divulgação.

Magé - No Mês da Consciência Negra, um dos serviços mais importantes em Saúde da cidade é o Ambulatório de Doenças Falciformes, que fica no Centro de Magé. De acordo com dados do Ministério da Saúde, a anemia falciforme é uma doença que acomete, majoritariamente, a população negra. A coordenadora do programa Ambulatório da Secretaria Municipal de Saúde, Izabel Cristina comentou que 80% dos casos de anemia falciforme têm sido registrados entre os afro-brasileiros. “É uma doença genética que veio para o Brasil com a chegada do povo negro escravizado. Ela altera a hemoglobina no sangue. É pouco conhecida e discriminada. Há médicos que ainda não têm informação sobre ela”, explicou Izabel, durante atendimento para a população do quilombo Maria Conga.
O ambulatório tem realizado atendimentos itinerantes nos três quilombos de Magé: Feital, Quilombá e Maria Conga. O objetivo principal das responsáveis pelo serviço é identificar, entre a população negra, principalmente, sintomas e traços da doença. Segundo a coordenadora do programa, as pessoas costumam chegar nos hospitais apresentando reações características, como dores fortes no corpo, cansaço e úlceras que não saram. “Mesmo assim, muitos médicos ainda não pedem os exames para anemia falciforme. Ainda bem que, hoje em dia, o teste do pezinho já indica a doença ou traços dela”, informou Izabel, que descobriu apenas com 50 anos que tinha os traços da doença e poderia ter passado para seus filhos.
Parceiro na divulgação desse serviço itinerante, o secretário Municipal de Comunicação e Eventos, Bruno Lourenço, acompanhou os serviços ofertados à população do quilombo Maria Conga: “A Secretaria de Saúde nos trouxe a informação que a população negra é a mais vulnerável às doenças falciformes. Em função disso, sugerimos e foi feita uma agenda de visita às populações quilombolas da cidade”. De acordo com a coordenadora Izabel, mais de 100 pessoas têm a doença em Magé, 162 estão cadastradas com algum traço e 42 atendimentos foram realizados esse ano apenas para anemia falciforme.
Atendimento
De acordo com a prefeitura, além do serviço que tem ido aos quilombos, o ambulatório funciona de segunda a sexta, das 8h às 17h, na Rua Pio XII, 35, no Centro de Magé. Lá, os pacientes passam por uma consulta e têm à disposição hematologista, clínico geral, pediatra, assistente social e transporte gratuito para traslado até o HemoRio.