Maricá - O Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU), na Mumbuca, recebeu no fim de semana (dias 8 e 9/10) o espetáculo “O Incansável Dom Quixote”, que trouxe uma releitura livre e bem humorada da clássica obra do escritor espanhol Miguel de Cervantes, lançada no ano de 1605. Com direção de Reinaldo Dutra, a peça atraiu bom público e contou com intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras) nos dois dias de apresentação. A encenação teve o apoio da Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Cultura.
O monólogo interpretado pelo ator Maksin Oliveira incluiu todos os personagens que constam no livro original, mas com um perfil mais próximo do Brasil que mostra, por exemplo, o fiel escudeiro Sancho Pança como um típico homem do sertão do Nordeste. Com poucos objetos em cena, o texto arrancou boas risadas da plateia com as inúmeras referências à sociedade inseridas nas aventuras do cavaleiro andante. Após o fim do espetáculo, foi realizada uma roda de conversa onde parte dos espectadores pode fazer perguntas ao ator e aos produtores.
“A obra original já tinha um humor crítico à sociedade da época, o que fizemos foi aproximar da nossa realidade e dos nossos tipos, como esse personagem Sancho Pança nordestino. É possível ver muito de Nordeste na história e muito dela no Nordeste, sem falar que adaptações assim tornam palatável um texto escrito há mais de 400 anos”, disse Maksin Oliveira.
Entre as pessoas que foram ver o espetáculo, a aprovação era visível. “Eu dei muita risada com a peça, que ainda deixa uma mensagem incrível para nós, de que todos os que pensam diferente da maioria são considerados loucos. Eu adorei”, garantiu a bailarina Thaísa Jatobá, de 43 anos, moradora do Recanto de Itaipuaçu.
Também havia presença de algumas crianças na plateia na semana de homenagem a elas. Um dos pequenos era o menino Davi, que completou 9 anos no domingo (09/10) e foi prestigiar o espetáculo. “Gostei muito das piadas, foi muito legal”, afirmou o menino, dizendo que também quer ser ator quando crescer. A mãe dele revelou que já conhecia a peça e fez questão de levar o filho. “Ele nunca tinha visto e é bom ter contato com todo tipo de espetáculo, porque ajuda na formação”, ressaltou a professora Michele Soares, de 37 anos, moradora do Marquês.
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