UPA de Edson Passos, em MesquitaReprodução

Cerca de 5 horas é o tempo que um paciente está aguardando para ser atendido na Upa de Edson Passos, em Mesquita, na Baixada Fluminense. Os problemas na unidade não são recentes. Há meses que munícipes vem alertando a gravidade dos serviços prestados e atendimento. A moradora Edilene Almeida conta que na última semana precisou de um médico pediatra para seu filho, mas para sua surpresa, nenhum especialista estava de serviço no local.
“A Saúde de Mesquita está largada. Somos tratados com total desrespeito. Praticamente fui obrigada a me deslocar para outro município em busca do atendimento adequado para meu filho. Profissionais mal educados, desrespeitosos e sem vontade de nos ajudar é o que encontramos na Upa Edson Passos”, disse Edilene.
Nas últimas semanas, mesquitenses relataram que os próprios profissionais da unidade ficavam na porta informando aos pacientes que a unidade estava sem atendimento.
“Quando eu precisei de um clínico geral, dei de cara com o segurança me redirecionando a outro posto de saúde. Meu caso era urgente, não podia ficar passeando pela cidade na busca de um atendimento digno. Cadê nossas autoridades que não aparecem?”, disse Maria Vitoria, moradora do Cosmorama.
Enfermeira morta após atendimento
Na última quinta-feira, a unidade se envolveu em mais uma polêmica. Familiares da enfermeira Kátia Regina de Carvalho Vianna, de 48 anos, alegam que a paciente foi vítima de negligência em um atendimento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Katia acabou morrendo após ser diagnosticada com gastrite na UPA de Mesquita e ser liberada rapidamente.
Kátia Regina Vianna, 48 anos, morreu horas depois de ser diagnosticada com gastrite na UPA Edson Passos, em Mesquita - Divulgação
Kátia Regina Vianna, 48 anos, morreu horas depois de ser diagnosticada com gastrite na UPA Edson Passos, em MesquitaDivulgação
“Ao chegar na UPA, ela se queixou de fraqueza e dor abdominal. O médico solicitou um exame laboratorial e após aparecerem alterações, ela foi encaminhada para um gastro. O profissional disse que não ia liberá-la, mas mudou de ideia e a liberou", conta Camila, irmã de Katia.
Ainda segundo informações de familiares, Katia saiu de cadeira de rodas da UPA Edson Passos, chegou em casa, tomou um mingau e se deitou. Por volta das 6h20 a mãe de Kátia entrou em seu quarto e a encontrou morta.
Diante dos fatos, o que se escuta dos moradores é que tamanho desprezo é fruto da má gestão do atual prefeito.