Entre os dias 2 e 15 de dezembro, governantes e personalidades se reuniram em Madri, na Espanha, para discutir pautas sobre o meio ambiente na 25ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas. A regulamentação do mercado de carbono - forma de países que, por não atingirem suas metas de emissão de carbono, pagam aos países que atingiram - protagonizou os debates, mas as questões ambientais brasileiras também tiveram destaque.
Segundo Karen Oliveira, gerente da The Nature Conservacy Brasil, organização ligada ao meio ambiente, o aumento de queimadas e desmatamentos na Amazônia foram abordados nas discussões, mas o Brasil garantiu ajuda com o Fundo Clima pelo Consórcio de Governadores da Amazônia Legal, garantia de recursos para a implantação de medidas de combate ao desmatamento, e o Programa Amazônia Agora, pelo governo do Pará, para combate às mudanças climáticas. Para a especialista, entretanto, o futuro exige ainda mais movimento.
"O Brasil é muito dependente de usinas hidrelétricas, e elas dependem da quantidade e distribuição das chuvas. Os modelos climáticos mostram que, em um cenário de 4°C de aquecimento, o Brasil poderá perder um quarto de seu potencial de geração de energia hídrica e, nesse caso, secas e apagões poderiam se tornar frequentes", constatou Karen.
O discurso da Greta
A participação da sociedade civil também foi decisiva para a o andamento das discussões e, em especial, o discurso de Greta Thunberg, ativista ambiental sueca de 16 anos. Nos últimos anos, a adolescente criou o "Fridays for Future" (Sextas-feiras para o futuro, em português), movimento para conscientização sobre as mudanças climáticas.
"Os países estão encontrando maneiras inteligentes para não tomar medidas reais, como voltar atrás em suas promessas de aumentar as ambições ou recusar-se a pagar por soluções, perdas e danos. Isso tem que parar. O que precisamos é de cortes drásticos nas emissões na fonte. Mais que isso, nossas emissões de gases de efeito estufa precisam parar. Para estabilizar em 1,5 graus Celsius, precisamos ser neutrais nas emissões de carbono", afirmou Greta.