
O estudo ouviu 4,9 mil responsáveis no Brasil, Alemanha, Argentina, Austrália, Estados Unidos, França, Itália e Reino Unido. Os pais americanos tinham filhos de 11 a 18 anos, enquanto os demais, de 0 a 4 anos. No Programa Nacional de Imunizações do Brasil, a primeira dose da vacina meningocócica C é indicada aos 3 meses, com uma segunda dose aos 5 meses e um reforço aos 15 meses. Para adolescentes de 11 e 12 anos, é oferecida a meningocócica ACWY, que previne contra as bactérias do tipo A, C, W e Y.
Apesar de 94% dos responsáveis considerarem que a vacina contra meningite é importante, 50% adiaram ou suspenderam a vacinação durante a pandemia de covid-19. O percentual foi maior nos países europeus, com 56%, enquanto no Brasil a taxa foi de 50% de responsáveis nessa situação. Ao listar as razões para não ir ao posto de vacinação, 63% apontaram as medidas de isolamento social e confinamento, 33% mencionaram o medo de contrair covid-19, e 20% disseram ter suspendido ou adiado a vacinação porque eles mesmos ou algum membro da família teve covid-19.
Nos oito países pesquisados, ainda que 77% dos entrevistados pretendam se reorganizar para colocar a vacinação em dia, 11% declararam que não levarão os filhos para a vacinação por medo de contrair covid-19. Ao participar do lançamento da pesquisa, o diretor do Departamento de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, Marco Sáfadi, alertou que a hesitação em vacinar crianças contra a meningite durante a pandemia pode provocar surtos da doença quando elas retomarem as aulas presenciais e reencontrarem amigos e familiares sem estarem imunizadas.
"A mensagem mais importante é que vacinação é uma atividade essencial. Precisa ficar muito claro para a população que é preciso deixar a vacinação em dia para prevenir não apenas a meningite, mas várias outras doenças", afirma ele, que avalia que o risco de não vacinar é muito maior do que o de levar os filhos a um posto de vacinação durante a pandemia. "Clínicas e postos de vacinação são lugares em que medidas de segurança muito importantes foram adotadas".
Os dados da pesquisa reforçam a preocupação com a queda na imunização, já que os pais ouvidos pela pesquisa preveem que seus filhos retomem atividades que geram contato social com o fim das restrições provocadas pela pandemia. 63% esperam o retorno presencial à escola e 76% preveem encontros com amigos e familiares. Sem estarem vacinados, as crianças e jovens podem estar expostos a contrair meningite, que tem formas de transmissão semelhantes às da covid-19.
Doença grave e rápida