Nilópolis - A líder sindical negra, Raimunda Leone, da Confederação dos Trabalhadores Brasileiros (CTB), palestrou nesta segunda-feira (21/03), sobre a situação da "Mulher Negra no Mercado de Trabalho" para integrantes da Casa da Mulher Nilopolitana, da OAB de Nilópolis e convidadas. Elas se reuniram na sede da OAB, no Centro. Formada em serviço social, moradora da comunidade Cavaleiro da Esperança, no Chapadão, e mãe de um filho de 28 anos graduado em engenharia da computação, Raimunda lembrou que, mesmo estudado, o rapaz ainda é um morador de favela.
“A libertação dos escravos aconteceu há 134 anos, o Brasil foi um dos últimos países do mundo a realizar esse ato. Mesmo assim, sem incluir negros e negras na estrutura social brasileira” salientou a sindicalista militante há quase 30 anos, que trabalhou na metalúrgica Elma e que, já na faculdade, estagiou na Secretaria de Cidadania do município. Ela ressaltou que na pirâmide das relações de trabalho, a mulher negra ganha menos que o homem negro. Por sua vez, este recebe um valor menor que a mulher branca. Esta só perde para o homem branco.
A diretora da Casa da Mulher e Superintendente dos Direitos da Mulher, professora Nilcéa Cardoso, saudou todas as mulheres presentes e falou sobre a Casa. “ Quero homenagear todas as mulheres presentes e, especialmente as integrantes das oficinas da Casa, que estão aqui hoje e vieram participar da palestra. Agradeço às professoras, que são voluntárias. Saúdo também a presidente da comissão da OAB Mulher, Gisele Tompson”, listou Nilcéa.
Gisele Tompson, em sua fala, afirmou que estava feliz por ver o auditório cheio. “ É importante começar a ouvir a história da mulher no Brasil desde pequeno. Como mulheres, precisamos estar juntas. Essa força me encoraja muito mais”, garantiu a advogada, que estava acompanhada da filha pequena.
A assistente social Jeanne Pierre, superintendente de Promoção de Políticas de Igualdade Racial da Secretaria de Cidadania, lembrou que em sua turma de faculdade havia apenas duas mulheres negras: ela e uma outra. “ Temos que batalhar sempre. Desde a escola até a faculdade. Tive professor que dizia que denúncias de preconceito contra os negros eram mimimi”, lamentou, acrescentando que por ter uma filha branca, muitas vezes a confundem com uma babá.
Estiveram presentes à mesa também Inês Simpliciano, a superintendente dos Conselhos de Nilópolis, Sônia Lopes, a coordenadora do Centro Integrado de Atendimento à Mulher (CIAM) Baixada, e a secretária adjunta da OAB Nilópolis, Fabiana Carvalho.
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