Em assembleia, categoria rejeitou proposta patronal de corte de 50% nos salários e de 57% na cesta básica - Divulgação / José Messias Xavier
Em assembleia, categoria rejeitou proposta patronal de corte de 50% nos salários e de 57% na cesta básicaDivulgação / José Messias Xavier
Por Irma Lasmar
NITERÓI - O Sindicato dos Rodoviários de Niterói a Arraial do Cabo (Sintronac) encaminhará, nesta quarta-feira (19), ao Ministério Público do Trabalho (MPT), a rejeição da categoria à proposta patronal de corte de 50% nos salários e de 57% na cesta básica, posição definida em uma série de oito assembleias realizadas na sede social da entidade classista, na Rua Marechal Deodoro. Amanhã (20), haverá audiência virtual de conciliação, mediada pelo MPT. Caso permaneça o impasse, há a possibilidade de greve dos ônibus, que atingirá os municípios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá e Tanguá.
O comunicado ao órgão mediador será encaminhado imediatamente após a última assembleia da categoria, nesta quarta, após as 16h, que reunirá trabalhadores da empresa Auto Ônibus Asa Branca Gonçalense. Ontem, terça (18), votaram os rodoviários das empresas Rio Ouro e Maravilha Auto Ônibus. O resultado total de sete assembleias é de 1.782 contra a proposta patronal, 175 a favor e dez abstenções. Desde o início da semana, não havia mais como reverter o quadro de rejeição da categoria aos cortes nos salários e nos benefícios.
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O impasse entre rodoviários e patrões é fruto da crise no setor de transportes, acentuada com a pandemia do coronavírus. Pelo menos dois mil trabalhadores foram demitidos na área de atuação do Sintronac e, desde 31 de julho, a categoria não recebe mais o auxílio emergencial do Governo Federal, que compunha 70% dos salários. A proposta patronal atual é de pagamento de 50% dos salários e redução no valor da cesta básica, que passaria de R$ 280 para R$ 120. Os rodoviários querem a manutenção do Acordo Coletivo, que vigora até 1º de novembro, com salário, férias e 13º integrais, além de todos os benefícios e estabilidade no emprego por três meses.
“Esperamos que os empresários voltem atrás em sua proposta, pois a categoria está determinada na manutenção do Acordo Coletivo vigente com todas as suas cláusulas”, afirma o presidente do Sintronac, Rubens dos Santos Oliveira.
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